11 de setembro de 2013 | 02h01
Inspeção e domínio são operações complexas. Dependem da credibilidade das informações oficiais sobre a quantidade e a forma como estão armazenadas as armas. Os arsenais do Comando Aeroestratégico sírio - uma organização secreta até o início da guerra civil - são grandes, estimados entre 700 toneladas e 1.000 toneladas de gases sarin, VX, VX² e iperita. Eles foram dispersos por cerca de 50 diferentes locais, em 12 cidades, por ordem do general Maher Assad. Irmão mais novo do presidente, ele se considera uma espécie de guardião do regime. Brutal, frio e impulsivo, comanda as três unidades de elite do Exército e o manejo dos recursos químicos. Teria partido dele a ordem de usar o sarin contra posições rebeldes na periferia de Damasco, há duas semanas, provocando mais de 1.400 mortes - velhos, doentes e crianças, principalmente - estimativa dos rebeldes e do governo americano.
O desmantelamento dos sistemas de armas químicas é delicado. Quase todas são binárias e os dois elementos precursores permanecem guardados na forma líquida, separados, e só são unidos no momento da conversão em agente gasoso, no lançamento. A manipulação, segundo relatório da ONU de 2008, só deve ser executada "garantida a segurança da equipe técnica". Há áreas de isolamento, na Rússia e nos EUA, especializadas na destruição de ogivas de mísseis, ampolas, granadas de artilharia e bombas guiadas. Primeiro, as substâncias são atenuadas e depois a capacidade de reação é neutralizada. Na avaliação de especialistas de Israel, a remoção, o transporte e o desmantelamento dos estoques da Síria podem exigir de três a cinco anos de trabalho.
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