Detentos aderem a longa greve de fome em Guantánamo

Treze prisioneiros continuam sendo alimentados à força por tubos no nariz

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Por Agencia Estado
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Uma greve de fome de longa duração na baía de Guantánamo ganhou muitos participantes nas últimas semanas em meio a protestos contra condições da nova unidade da prisão. Treze prisioneiros estão sendo alimentados à força por tubos inseridos pelo nariz, disse nesta segunda-feira, 9, o Comandante da Marinha Robert Durand, um dos porta-vozes de Guantánamo. A greve, que começou em 2005 e chegou a envolver 131 detentos, alcançou 17 participantes nos dias anteriores à condenação do australiano David Hicks, declarado culpado por auxiliar o terrorismo e sentenciado a mais nove meses na prisão. No entanto, um porta-voz da base militar dos EUA afirmou nesta segunda-feira que o protesto aparentemente está perdendo força. Durand acredita que os detentos estavam tentando ganhar a atenção da mídia. "Assim que a imprensa saiu daqui, o número de greves de fome imediatamente foi diminuindo", disse. Segundo advogados e integrantes dos direitos humanos, os prisioneiros estavam fazendo greve de fome contra as condições do Campo 6, a nova unidade da prisão onde os detentos estão confinados em celas quase sem exposição ao sol ou contato com outros prisioneiros. Muitos dos prisioneiros do Campo 6 anteriormente estiveram em seções onde podiam interagir livremente com os outros detentos ou comunicarem-se pelas paredes das celas. Médicos de grupos de proteção dos direitos humanos disseram que os EUA adotaram "táticas brutais e inumanas de alimentação forçada". Autoridades americanas alegam que a medida é "segura e humana" e já foi usada em prisões civis americanas.

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