O Exército do EUA transferiu o primeiro grupo de detentos na quinta-feira para uma nova prisão de segurança máxima na baía de Guantánamo, criada para restringir o contato entre os prisioneiros e evitar ataques a guardas. Mais de 40 detentos foram levados à prisão de U$37 milhões em um platô com vista para o mar do Caribe, de outra cadeia de segurança máxima na base naval americana no oeste de Cuba, afirmou o comandante da marinha Robert Duran. A prisão de 178 celas, construída ao lado de outra cadeia de segurança máxima construída em 2004, irá permitir que a base desative a mais antiga, disse Durand. Investigadores de direitos humanos da ONU e governos estrangeiros pediram aos EUA que fechem todo o centro de detenção devido às várias alegações de abuso dos detentos pelos guardas. Os Estados Unidos classificam os detentos de Guantánamo como "inimigos de combate", o que os faz ter menos direitos que outros prisioneiros. Aproximadamente 430 homens estão presos em Guantánamo sob suspeitas de ligação com a Al Qaeda ou Taleban, incluindo 100 que estão sem acusações, aguardando transferência para outro país. Menos de doze internos foram acusados de crimes. A nova prisão foi originalmente designada para ser uma prisão de segurança média. Mas os militares fizeram uma série de modificações, alegando preocupações levantadas por três suicidas em junho e um conflito em maio entre os guardas e os detentos, com armas feitas à mão. Os detentos ficaram confinados em celas individuais com janelas longas e estreitas. Uma área de recreação a céu aberto foi dividida em espaços menores, que receberão apenas um detento por vez. As portas dos chuveiros foram redesenhadas para que os guardas possam algemá-los antes de sair do chuveiro. A nova prisão conta também com ar condicionado, centro médico, e duas salas para os detentos realizarem encontros privados com seus advogados, afirmou Durand. Não há ar condicionado em toda a construção apesar do calor tropical. Mas os militares fazem uso do sistema em algumas prisões após detentos usarem pás de ventiladores quebradas como armas em rebelião em maio. O comandante da marinha Kris Winter disse que as modificações irão melhorar a segurança dos guardas. No último ano e meio os militares registraram mais de 430 incidentes em que detentos lançaram "coquetéis" de excrementos corporais nos guardas, além de 225 ataques físicos.