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Detido pela morte de jornalista turco ameaça Orhan Pamuk

Quando desceu do carro da polícia em frente ao tribunal nesta quarta-feira, Yasin Hayal gritou: ´Tome cuidado, Orhan Pamuk´

Por Agencia Estado
Atualização:

Yasin Hayal, um dos detidos pelo assassinato do jornalista turco de origem armênia Hrant Dink, ameaçou nesta quarta-feira o prêmio Nobel turco Orhan Pamuk, informou a agência Anadolu. O fato ocorreu na quarta-feira quando Hayal, detido por ter encomendado o assassinato do jornalista, e Ogun Samast, autor material do mesmo, ambos presos, foram levados ao Tribunal Penal de Istambul. Quando desceu do carro da polícia em frente ao tribunal, Hayal gritou: "Tome cuidado, Orhan Pamuk", e depois os guardas o forçaram a entrar no edifício. Hayal confessou ter encomendado a Samast, de 17 anos, que assassinasse Dink. Segundo fontes policiais, até agora foram detidas sete pessoas em relação ao assassinato. O jornal turco "Aksam" informa que Hayal admitiu ter planejado o assassinato de Dink e tratado das despesas da execução por 500 novas liras turcas (cerca de ? 275), das quais 200 novas liras eram para Ogun Samast. Acrescenta que Hayal disse ter treinado vários amigos em práticas de tiro, apontou a Ogun o alvo e lhe deu a pistola que ele mesmo tinha comprado. O prêmio Nobel Orhan Pamuk foi processado por afirmar que "um milhão de armênios e 30.000 curdos foram assassinados na Turquia", mas o julgamento foi adiado e finalmente, em janeiro de 2006, o Ministério da Justiça turco arquivou a causa. No entanto, Pamuk tornou-se alvo dos nacionalistas turcos, que o consideram um traidor da pátria. Hrant Dink foi condenado em 2006 a seis meses de prisão por ter falado de "genocídio" em relação aos massacres de armênios entre 1915 e 1917. Depois do assassinato de Dink, as autridades turcas ofereceram proteção a Pamuk, que na segunda-feira saiu do país para participar de uma feira de livros no Egito.

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