Detidos na Espanha 11 suspeitos de terrorismo

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Por Agencia Estado
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A polícia espanhola deteve 11 membros de um grupo supostamente ligado a Osama bin Laden que recrutava voluntários para realizar ataques terroristas, anunciou hoje o ministro do Interior espanhol. As detenções foram efetuadas na madrugada desta terça-feira em Madri entre os integrantes do "Movimento Mujahedin" após uma investigação de dois anos, disse uma porta-voz ministerial. Durante as buscas em Madri e na cidade de Granada, no sul do país, a polícia confiscou equipamentos de computação, vídeos, documentos de identidade falsos e várias pistolas calibre 22. Segundo a porta-voz, o líder do grupo dos detidos é Emaz Edim Baraktyarkas, vulgo Abu Dahdah, um espanhol de origem síria, e os demais são tunisianos, argelinos e espanhóis. As detenções foram precedidas por dois anos de investigações do juiz da Audiência Nacional Baltasar Garzón - o magistrado que ganhou fama ao solicitar à Grã-Bretanha a extradição do ex-ditador chileno Augusto Pinochet, que cumpriu em Londres 18 meses de prisão domiciliar antes de ser devolvido a seu país. O jornal madrileno El Mundo disse que um dos detidos se reuniu com Bin Laden no Afeganistão para receber ordens. Além de Abu Dahdah, foram detidos em Madri: Luis José Galán González, vulgo "Yusuf Galán"; Jasem Mahboule, vulgo "Abu Mohamad"; Bassan Dalati Satut, vulgo "Abu Abdo"; Mohamed Ghaleb Kalaje Zouaydi, vulgo "Abu Talha"; Osama Darra, vulgo "Abu Thabet" ou "Abu Bashir"; Mohamed Needl Acaid, vulgo "Nidal"; Said Chedadi, vulgo "Said"; Ahmad Raghad Mardini Dakichil, vulgo "Abu Amer", e Mohamed Arabi Shehimi. Mohamed Zaher Asade foi detido em Granada. Ao anunciar as detenções, o ministro do Interior, Mariano Rajoy, disse que o grupo recrutava adeptos que em seguida eram treinados em acampamentos terroristas. Acrescentou que a organização também fornecia documentos de identidade falsos aos membros do grupo que passavam pela Espanha. Em sua declaração, o ministro não mencionou a notícia do canal de televisão Telecinco de que um dos detidos havia sido entrevistado pelo Mohamed Atta, o egípcio que pilotava um dos aviões que se espatifaram contra as torres do World Trade Center em Nova York em 11 de setembro. Atta viajou duas vezes no ano passado para a Espanha, em janeiro e em julho. Rajoy disse que o líder do grupo, Abu Dahdah, manteve contato com conhecidos extremistas islâmicos na Europa, entre eles com o clérigo Omar Mahmud Othman, vulgo "Abu Qutada", que reside na Grã-Bretanha, e com o belga de origem tunisiana Tarek Maroufi, procurado pela Justiça italiana. Dahdah, ainda segundo o ministro espanhol, também teria se entrevistado com Momoun Darkazanli, vulgo "Abu Ilyas", residente na Alemanha, cujas contas bancárias foram congeladas dentro da campanha internacional contra Bin Laden; e realizou numerosas viagens por países europeus e asiáticos - entre eles, Turquia, Malásia, Indonésia e, certamente, Afeganistão. Na Espanha, Abu Dahdah manteve também contatos com Mohamed Boualem Khouni, vulgo "Abdalá", um dos seis argelinos detidos em setembro. Por outro lado, as detenções ocorreram depois de serem libertados na França cinco dos seis detidos no fim de semana. Apenas o argelino Abdelkader Tchark continua detido por acusações de ter dado apoio logístico a Mohamed Bensakhria - ao que parece, um lugar-tenente de Bin Laden na Europa, que foi detido na Espanha e extraditado para a França em meados deste ano. Em 26 de setembro, outros seis argelinos haviam sido detidos acusados de pertencerem a um grupo aparentemente financiado por Bin Laden, o principal suspeito pelos ataques terroristas de 11 de setembro nos EUA. A polícia espanhola acredita que os lugar-tenentes de Bin Laden foram para a Espanha no início deste ano, onde transmitiram ordens para que fossem atacados interesses dos EUA na Europa.

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