EXÉRCITO
O Exército da Liberação Popular (ELP), as forças armadas da China sob controle do Partido Comunista, ofereceu aos visitantes uma rara amostra da vida no quartel em três —entre mais de dez— bases espalhadas nessa densamente povoada ex-colônia britânica, como parte de dois dias abertos ao público no domingo e nesta terça-feira.
“Eles nunca deixaram estrangeiros entrar, então pensei que aproveitaria a oportunidade para vir quando permitissem visitantes, para ver o que meus vizinhos estão fazendo”, disse um turista australiano que vive perto do quartel de Shek Kong, em um local calmo de Hong Kong.
Esta terça-feira, que marca o 17º aniversário do retorno de Hong Kong ao domínio da China, é um dia tradicional de protestos pacíficos de rua. A marcha deste ano acontece em meio a tensões mais acirradas com o governo em Pequim, com ativistas pró-democracia prometendo uma campanha de desobediência civil se a China não permitir uma “votação genuína” para o próximo líder de Hong Kong em 2017, no que seria a primeira eleição do tipo na China.
O governo chinês considerou ilegal tanto a campanha de desobediência civil, que ainda não começou, quanto a realização de um referendo não oficial sobre democracia —que atraiu quase 25 por cento de eleitores registrados —, aumentando receios de que o governo possa intervir.
Diversas autoridades atuais e aposentadas da China alertaram nos últimos meses que Pequim está preparada para liberar os militares presentes em Hong Kong para lidarem com quaisquer protestos nas ruas. Alguns ativistas temem que o governo chinês recorra a atos de violência nas ruas como desculpa para trazer seu Exército.
(Reportagem adicional de Sarah Charlton e Stefanie McIntyre)