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Dia de eleição em Israel: voto dentro do carro e cabines no aeroporto por conta da covid

País teve cerca de 700 sessões especiais; há um ano, eleição no começo da pandemia e assustava moradores 

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Por Fernanda Simas
Atualização:

Israel voltou às urnas nesta terça-feira, 23, para a quarta eleição em dois anos, tentando quebrar um ciclo aparentemente interminável de eleições e um impasse político que deixou o país sem orçamento nacional durante a pandemia do novo coronavírus.

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O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu espera que o programa de vacinação que ajudou o país a emergir nos últimos dias para algo próximo da normalidade dê a ele e a seus aliados conservadores uma vantagem e a maioria estável que provou ser impossível de conquistar nas três eleições anteriores. Pesquisas de boca de urna divulgadas após o encerramento da votação indicam a vitória do Likud, partido de Netanyahu. 

A votação recebeu um sistema inédito de organização para atender às novas demandas causadas pela pandemia. “Foram criadas áreas específicas para quem tem covid poder ir votar, nesses locais as pessoas não precisaram nem sair do carro, então conseguiam respeitar o isolamento que estão cumprindo”, explicou ao Estadão o cônsul de Israel em São Paulo, Alon Levi

Uma das sessões especiais para a votação em Israel Foto: Oded Balilty/AP

Cerca de 700 sessões eleitorais especiais foram instaladas em todo o país para pessoas com a doença, em quarentena ou que provavelmente estiveram em contato com infectados ou voltaram do exterior. 

O designer gráfico e ilusionista brasileiro Richard Bromberg, residente na cidade israelense de Ra’anana, foi votar e conta que em seu colégio eleitoral o álcool em gel estava disponível na mesa de votação, adesivos pedindo o distanciamento social estavam espalhados pelo local, mas mesmo assim houve aglomeração.

“O distanciamento social, durante a minha permanência no lugar, não foi muito respeitado, existiam algumas pessoas da terceira idade que tinham preferência, mas geralmente as pessoas ficavam um pouco aglomeradas na frente da sala”, diz Bromberg, que há um ano não teve coragem de ir votar.

No dia 2 de março de 2020, no começo da pandemia, Israel havia registrado apenas 12 casos positivos de covid-19 e o país realizava mais uma votação. “Eu não lembro como estavam as medidas (contra a covid) porque não sai para votar por conta da pandemia”, lembra Bromberg.

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Atualmente, o balanço do Ministério da Saúde de Israel confirma um total de mais de 828.200 pessoas infectadas, e quase 6.100 mortes, desde o início da pandemia. No auge da crise, as autoridades detectaram quase 10 mil novos casos por dia.

Na segunda-feira 22, foram contabilizados apenas 942 casos de covid-19 no país, resultado de uma campanha de vacinação rápida e massiva em que metade da população já recebeu duas doses, percentual que entre os maiores de 70 anos sobe para 90%. 

“Acho que esse foi o grande acerto do governo. Já vemos o número de casos caindo rápido por conta da vacinação”, diz Bromberg. Com a campanha de vacinação, o índice de contágios caiu de 9% em janeiro para 1,6% nesta semana, segundo o Ministério da Saúde.

A votação em Israel não era obrigatória, mas só puderam votar os cidadãos que estão no país (apenas israelenses representantes oficiais do país podem votar fora de Israel). “Pela primeira vez na história tivemos urnas/cabines no aeroporto para quem chegasse ao país porque é preciso cumprir um isolamento ao chegar. Então a pessoa conseguia votar”, conta Levi, que votou há duas semanas em uma estrutura montada no consulado de São Paulo./ Com informações da AFP

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