02 de agosto de 2012 | 03h09
"Essas ações não foram suficientes para convencer Teerã. O regime do Irã acredita que a comunidade internacional não interromperá o programa nuclear iraniano", afirmou.
Panetta assegurou a Israel que os Estados Unidos não permitirão que o Irã desenvolva uma arma nuclear. Adotando um tom duro, o secretário americano sugeriu que uma ação militar é possível, mas desde que todas as outras opções tenham se esgotado.
Segundo Panetta, os Estados Unidos estão aplicando mais e mais pressões contra Teerã, centralizadas em sanções diplomáticas e econômicas. "Acredito que essas medidas estejam surtindo efeito", afirmou Panetta. "Caso as ações não surtam efeito, temos uma série de opções, incluindo militares. Não permitiremos que o Irã tenha uma arma nuclear. Ponto", acrescentou.
O ministro israelense de Defesa, Ehud Barak, também disse que as chances de as sanções surtirem efeito são extremamente baixas.
A declaração de Panetta, que em sua viagem tem assumido o papel de porta-voz do governo Barack Obama para questões de Oriente Médio, foi feita um dia depois de o candidato republicano à presidência, Mitt Romney, visitar Israel, onde declarou que adotará ações mais duras contra o Irã caso seja eleito.
Nesta semana, o Congresso americano e também o Executivo aprovaram mais uma série de sanções unilaterais contra o Irã. O regime iraniano também está isolado internacionalmente, sendo alvo de duras medidas contra o seu setor petrolífero.
De acordo com Cliff Kupchan, da consultoria de risco político Eurasia, há um sentimento na elite iraniana de que os Estados Unidos conseguiram alterar o cenário a seu favor e Teerã não sabe como reagir. "Aparentemente, o governo iraniano deve tentar seguir com a diplomacia até as eleições de novembro nos EUA e buscará diálogo com o futuro presidente americano. Medidas radicais não devem ser tomadas até novembro, quando será realizada a votação."
Os EUA acusam o Irã de querer desenvolver uma bomba atômica, violando o TNP (Tratado de Não Proliferação Nuclear). O regime de Teerã nega as acusações e diz que seu programa nuclear tem fins civis.
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