Conseguir conectar-se à internet em Havana é um exercício que demanda tempo, dinheiro e disposição. Proibidos de ter acesso à rede em casa, os cubanos se reúnem com seus celulares, tablets e laptops nas calçadas de 35 locais da cidade que têm Wi-Fi. Para usar o serviço, pagam cerca de US$ 2 a hora.
O preço é metade do que vigorava até o mês passado, mas ainda é uma extorsão para a maioria da população, o que explica o sucesso do pacote semanal, a compilação de filmes, novelas, revistas e documentários que descarregam em seus computadores. Quando se conectam, os cubanos passam o menor tempo possível online e dão prioridade a enviar mensagens e a atualização de suas páginas no Facebook.
Novos tempos em Cuba
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Cubanos acessam sinal de internet em um dos 35 pontos de Havana que têm Wi-Fi; apesar de ter sido reduzido, preço é muito alto
Cubanos acessam sinal de internet em um dos 35 pontos de Havana que têm Wi-Fi; apesar de ter sido reduzido, preço é muito alto Foto: REUTERS/Enrique de la Osa
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Carros dos anos 50 que funcionam como táxis em Havana - As imagens de Havana foram feitas pela correspondente do Estadão Cláudia Trevisan e por agênci... Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃOMais
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Juan, de costas, e vizinhos do bairro Romerillo; todos dizem que os salários que recebem são insuficientes para viver e esperam mudanças com a retomad... Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃOMais
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Muro com slogans em frente à Embaixada dos EUA, na Tribuna Anti-Imperialista Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
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Félix Bueno, 64, em sua casa no bairro Romerillo; Na parede, uma imagem modificada de Che Guevara, feita por um artista mexicano. Nas mãos, a foto de ... Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃOMais
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José Luís, motorista da reportagem do Estado, com seu Moscovich 1980, que herdou do pai, e o gancho improvisado que usa para manter o vidro fechado Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
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Juan em sua casa em Romerillo com uma manga que custa 5 pesos (0,25 dólares); com aposentadoria e trabalho de vigia, ele ganha 360 pesos por mês Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
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Prédio da Embaixada dos EUA em Havana Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
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Cubanos consertam carro americano dos anos 50 no bairro Romerillo, em Havana Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
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Jornal que está no Museu da Revolução; com data de 4 de janeiro de 1961, anuncia a decisão dos EUA de romper relações com Cuba Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
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Carros dos anos 50 que funciona como táxi em Havana; várias pessoas tomam o mesmo veículo, que faz um trajeto definido ao custo de US$ 0,40 Foto: Cláudia Trevisan/ESTADÃO
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Grupo de turistas passeia em antigo carro conversível em Havana. Para americanos, visitar Cuba é uma verdadeira "viagem no tempo" Foto: Alejandro Ernesto_EFE
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É cada vez mais comum a presença de turistas americanos em Havana, atraídos por construções antigas e carros clássicos que ainda circulam pelas ruas Foto: Alejandro Ernesto / EFE
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Altar onde Papa Francisco rezará a primeira missa em território cubano Foto: Alejandro Ernesto / EFE
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A retomada das relações entre EUA e Cuba está permitindo a entrada de navios de cruzeiros e elegantes iates de luxo no território cubano Foto: Desmond Boylan / AP
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Preparativos para receber o Papa em Havana começam a mudar a fachada da capital. Pontífice chega à cidade no dia 19 de setembro Foto: Alejandro Ernesto / EFE
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Turistas caminham em Havana e desfrutam de uma autêntica "viagem no tempo" Foto: Alejandro Ernesto / AP
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Segurança caminha ao lado do iate americano Still Waters, atracado na marina Hemingway, em Havana Foto: Desmond Boylan / AP
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Grupo de turistas visita uma feira de livros em Havana. Muitos americanos querem visitar a ilha para saber o que mudou em 50 anos Foto: Alejandro Ernesto / AP
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Trabalhadores cubanos constroem altar para a visita do Papa Francisco Foto: Alejandro Ernesto / EFE
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Cachorro com fantasia em desfile de Carnaval em Santiago. Festividade deve atrair mais turistas a cada anoapós a retomada das relações com os EUA Foto: Alejandro Ernesto / EFE
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O sinal de Wi-Fi é instável e fica indisponível com frequência. O pagamento é feito pela abertura de uma conta na estatal de telefonia e o depósito antecipado de créditos. Para se desconectar, o usuário deve entrar em uma página na internet e encerrar sua sessão. Quem não tem uma conta, usa cartões pré-pagos.
Na noite de quarta-feira, a cabeleireira Ives Rodríguez estava entre as cerca de 15 pessoas sentadas na calçada tentando captar o sinal de Wi-Fi. “É uma vergonha ter que estar do lado fora de um hotel para me conectar à internet”, afirmou, enquanto tentava entrar na rede. “Estamos desejando aos gritos que nos permitam acesso à comunicação.” Rodríguez integra a legião de cubanos que têm parentes nos EUA, para onde viajou quatro vezes nos últimos dois anos. Em seu colo, estava um laptop da Apple, que comprou em uma de suas visitas.
Mesmo com as restrições oficiais, alguns cubanos encontram maneiras de ter internet em suas casas. O tradutor Sergio Mercenit, por exemplo, paga 60 CUCs (US$ 69) ao mês por um modem que lhe dá acesso a 50 horas durante o mesmo período - menos de duas horas por dia.
O aparelho realiza conexão por linha telefônica e está registrado em nome de um médico peruano, que como estrangeiro residente em Cuba tem o direito de acessar a internet em sua casa. Sem interesse pelo serviço, o médico “sublocou” o modem a Mercenit.