Diferença entre Calderón e Obrador é de apenas 0,64%

Redução se deve ao registro de milhões de votos que não tinham sido contabilizados na apuração preliminar

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Por Agencia Estado
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A incerteza no México sobre as eleições presidenciais de domingo aumentou, com as autoridades eleitorais anunciando uma redução na diferença entre os dois principais candidatos para apenas 0,64%. Os resultados preliminares, divulgados na terça-feira, tinham dado uma vantagem de 1,04% ao governista Felipe Calderón, do Partido Ação Nacional (PAN), sobre o esquerdista Andrés Manuel López Obrador. No entanto, o presidente do Instituto Federal Eleitoral (IFE), Luis Carlos Ugalde, disse em entrevista coletiva que 2,58 milhões de votos tinham ficado fora da apuração devido a irregularidades nas atas. Com a sua inclusão, a diferença caiu para 0,64%. Dos 2,58 milhões de votos, 743.795 votos foram para Calderón e 888.971 para López Obrador. Assim, o governista teria 14.771.009 votos, contra 14.513.477 do esquerdista, uma diferença de 257.532. "Há 11.184 atas que foram recebidas mas não foram contabilizadas. Elas representam 2.581.226 votos que serão somados", explicou Ugalde. A apuração definitiva começará nesta quarta-feira nos 300 distritos eleitorais. A data limite para a entrega dos resultados é Domingo. Assim, a incógnita sobre quem ganhou pode se manter por vários dias. Mas o PAN quer que as autoridades eleitorais declarem Calderón o vencedor da eleição. Germán Martínez, representante do partido no IFE, disse à imprensa que a apuração definitiva não vai impedir a vitória. O Partido da Revolução Democrática (PRD), por sua vez, exigiu que o IFE esclareça o destino de 3,5 milhões de votos e das atas de 13 mil urnas não contabilizadas nos resultados preliminares. O responsável pelo Programa de Resultados Preliminares (Prep), René Miranda, disse que "é impossível manipular a contagem oficial, que acontece na presença de todos os partidos políticos". Normalidade democrática O secretário de governo (Interior), Carlos Abascal, descartou um cenário de confronto social e garantiu que o país vive na normalidade democrática. "Não vemos incerteza, estamos entrando num processo democrático interessante em que cada vez participamos mais. As instituições existem para resolver os possíveis conflitos", opinou o presidente do Conselho Coordenador Empresarial (CCE), José Luis Barraza. "O mercado está dando um voto de confiança ao país", disse o líder empresarial, lembrando as altas da bolsa mexicana, além da valorização do peso. Em Guerrero, no sul do país, o suposto grupo armado Movimento Revolucionário Lucio Cabañas Barrientos desqualificou os números preliminares e pediu aos cidadãos que rejeitem a "fraude eleitoral preparada, anunciada e promovida pelo aparelho do governo". Na capital mexicana, um grupo de pessoas iniciou uma vigília em frente às instalações do IFE, com velas e lâmpadas, protestando contra os resultados preliminares e ameaçando entrar em greve de Fome. "Estamos indignados e exigimos a contagem voto por voto para esclarecer o resultado das eleições", disse um porta-voz da organização civil Cidadãos Unidos pela Democracia.

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