Diplomata da Noruega critica chefe 'ausente' da ONU, diz jornal

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A embaixadora da Noruega na ONU acusou o secretário-geral da entidade, Ban Ki-moon, de exercer uma liderança fraca, ineficaz e eventualmente contraproducente durante crises recentes, disse o jornal Aftenposten na quarta-feira. O diário publicou uma carta atribuída à embaixadora Mona Juul, enviada para a chancelaria e na qual ela diz que Ban demora em enfrentar desafios e seu estilo abrasivo irrita até diplomatas experientes. "Num momento em que a necessidade da ONU e de soluções multilaterais para as crises globais é maior do que nunca, Ban e as Nações Unidas são notáveis por sua ausência", disse a carta, segundo o Aftenposten. A chancelaria evitou comentar a carta, preferindo citar declarações do chanceler Jonas Gahr Stoere, que disse ao jornal que o sul-coreano Ban é "empenhado" e "atento". Ban em poucos dias visitará a Noruega, país que tem papel ativo na diplomacia multilateral e tem colaborado com a ONU em várias iniciativas de paz, inclusive nos agora abandonados Acordos de Oslo, entre Israel e a Autoridade Palestina. Marie Okabe, porta-voz da ONU, disse a jornalistas em Nova York que "vimos os mesmos relatos que vocês" e "não sabemos a veracidade". Na carta, Juul diz que Ban não conseguiu fazer da ONU uma voz relevante durante a atual crise financeira, e há "preocupação generalizada" de que a entidade não contribuirá muito com as discussões ambientais durante a cúpula de Copenhague em dezembro. Juul teria escrito que Ban foi um mero "observador passivo" depois da prisão da líder oposicionista birmanesa Aung Sang Suu Kyi, e sua visita a Mianmar para encontrar membros da junta militar local foi "infrutífera," além de poder criar problemas para diplomatas de escalões inferiores. De acordo com a embaixadora, Ban foi "impotente" em coibir atrocidades durante a guerra civil do Sri Lanka, neste ano. Em outras "áreas de crises", como Darfur, Somália, Paquistão, Zimbábue e Congo, "os apelos passivos e não muito comprometidos (de Ban) parecem ter caído em ouvidos moucos", escreveu ela. De acordo com o jornal, ela acrescentou que muitos diplomatas achavam que Ban deveria receber um prazo maior para ampliar seu papel, mas que agora, após metade do seu mandato, admitem que sua "falta de carisma é um problema".

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