Diplomata europeu é chamado para negociar com Irã

Javier Solana tentará contato com negociador iraniano em matéria nuclear

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Por Agencia Estado
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O chefe da diplomacia européia, Javier Solana, disse neste domingo que a comunidade internacional lhe pediu que entre em contato com o negociador iraniano em matéria nuclear, Ali Larijani, para tentar reabrir as negociações sobre o programa nuclear do país. "Os países que estavam negociando mais de perto com o Irã me pediram que entre em contate com Ali Larijani para ver se podemos encontrar um caminho para as negociações", afirmou Solana em nota depois que o Conselho de Segurança da ONU aprovou por unanimidade uma resolução que prevê novas sanções contra Teerã se não suspender daqui a 60 dias suas atividades de enriquecimento de urânio. Segundo o alto representante da União Européia (UE) para Política Externa e Segurança Comum, a resolução adotada no sábado pelo Conselho de Segurança da ONU envia um "sinal claro" ao Irã sobre seu programa nuclear e a necessidade de que cumpra suas obrigações internacionais. "Continuamos muito preocupados com o programa nuclear iraniano", afirmou Solana, que acrescentou que "as suspeitas que gera afetam negativamente a estabilidade no Oriente Médio". "Nosso objetivo é mudar isto. Queremos ver um Irã plenamente bem-sucedido e integrado na comunidade internacional", acrescentou. Na nota, Solana reiterou o compromisso a continuar buscando uma solução negociada ao tema nuclear e ressaltou que "o Irã é um país de enorme potencial do qual somos parceiros naturais". Os seis países que negociam a questão iraniana - os cinco membros permanentes do Conselho: Estados Unidos, Reino Unido, França, China e Rússia, mais a Alemanha - emitiram um comunicado conjunto após a votação na ONU, no qual deixaram claro que as portas do diálogo ainda estão abertas. Na declaração, insistiram em que continua sobre a mesa o pacote de incentivos que a comunidade internacional apresentou em junho e que inclui tecnologia nuclear de ponta para uso civil, um reator de água leve, vantagens econômicas e garantias de segurança regional. Os seis países já encarregaram a Solana no ano passado que liderasse as negociações com o Irã sobre a oferta da comunidade internacional. As novas sanções adotadas no sábado se referem à proibição do Irã de exportar armas e ao congelamento de ativos financeiros de 28 indivíduos e entidades que estão relacionados com o programa nuclear e de mísseis balísticos iraniano, entre eles membros da Guarda Revolucionária da República Islâmica. Além disso, são impostas restrições voluntárias às viagens dos indivíduos submetidos a sanções, à exportação de armas ao Irã e à concessão de créditos e assistência financeira ao Governo iraniano. Os Estados Unidos e seus aliados consideram que asatividades nucleares do Irã estão voltadas para a fabricação da bomba atômica, enquanto Teerã insiste em que seu propósito é pacífico, para a geração de eletricidade.

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