
10 de janeiro de 2014 | 09h24
A viagem só foi possível devido a um acordo que permitiu a partida com base na imunidade diplomática, mas depois de ela ser indiciada por fraudar um visto e pagar salários inferiores ao limite legal para uma babá.
Devyani Khobragade, vice-cônsul-geral da Índia em Nova York, foi detida em 12 de dezembro e indiciada na quinta-feira. Na prática, ela foi expulsa do país.
A detenção motivou protestos na Índia, quando foi revelado que ela chegou a ser algemada e submetida a uma revista corporal minuciosa.
A polêmica se arrastou por um mês e abalou as relações bilaterais, levando a Índia a impor retaliações contra diplomatas norte-americanos. Uma delegação com autoridades dos EUA e outra com empresários do país cancelaram viagens ao país asiático.
Não está claro de imediato se a volta de Khobragade à Índia bastará para resolver o mal estar. A Índia realiza eleições gerais em maio, e os partidos aproveitaram o caso para denunciar um ataque à soberania nacional.
"Vamos focar em um dia por vez, hoje é o dia de focarmos em recebermos Devyani de volta", disse Syed Akbaruddin, porta-voz da chancelaria indiana, acrescentando que a diplomata agora exercerá funções em Nova Délhi.
Embora os dois governos tenham salientado a importância das relações bilaterais durante a crise, a busca de uma solução aceitável para ambas as partes levou várias semanas.
Uttam Khobragade, pai da diplomata, disse que ela rejeitou um acordo judicial para confessar as infrações e permanecer nos EUA, pois isso "equivaleria a comprometer a soberania do país".
Ele disse que os filhos dela e seu marido, um norte-americano de origem indiana, em breve também viajarão para a Índia, e acrescentou que a Justiça indiana está tratando da queixa trabalhista da empregada.
Documentos e declarações de autoridades dos EUA revelam frenéticas 24 horas em que o Departamento de Estado concedeu imunidade diplomática a Khobragade, pediu sem sucesso que a Índia suspendesse tal imunidade e então ordenou a ela que deixasse o país imediatamente.
(Reportagem de Nate Raymond, Joseph Ax e Chris Francescani, em Nova York; David Brunnstrom, em Washington; Louis Charbonneau, na ONU; e Frank Jack Daniel, em Nova Délhi)
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