Só o monitoramento independente das eleições parlamentares marcadas para o dia 6 de dezembro na Venezuela dará garantias de um processo transparente e legítimo. Essa é a avaliação do ex-subsecretário para Assuntos Hemisféricos do Departamento de Estado do governo americano Arturo Valenzuela.
O governo de Nicolás Maduro não permite a entrada oficial de comissões de observadores internacionais nos processos eleitorais venezuelanos. A oposição ao chavismo tem convidado observadores independentes para acompanhar os processos, mas a observação não tem caráter formal.
Em entrevista ao Estado, Valenzuela disse que as declarações de Maduro acusando os EUA de um plano para desestabilizar governos socialistas na região são completamente infundadas e o país é o próprio responsável pela situação de instabilidade que vive, com suas crises política e econômica.
Na sua opinião, eleições sem margem para questionamento seriam a solução para a crise e daria estabilidade aos parlamentares que formarão a nova Assembleia Nacional. Um cenário que, na sua avaliação, poderia abrir caminho para uma nova tentativa de reaproximação entre EUA e Venezuela. “Não convém nem ao governo, nem à oposição, tampouco ao país que as eleições sejam questionadas.”
O diplomata chileno participou nesta quinta-feira, 20, do seminário “As Relações entre EUA e Brasil no Novo Tabuleiro da América Latina”, realizado no Instituto Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo.