27 de agosto de 2013 | 02h12
Segundo a interpretação do ex-chanceler, o encarregado de negócios não entrou em conflito com a posição oficial do governo brasileiro, pois o asilo ao senador boliviano já havia sido concedido. Saboia "apenas operacionalizou" a decisão, argumenta Lafer. O principal alvo das críticas, continua, deve ser o governo Evo Morales, que, ao se recusar a conceder o salvo-conduto, violou uma das principais tradições do direito interamericano. "É bom lembrar que até o general Augusto Pinochet deu salvo-condutos." Lafer afirma ainda que a atitude de Saboia traz à memória o embaixador brasileiro Luís Martins de Souza Dantas, representante do governo Getúlio Vargas em Paris durante a 2.ª Guerra. Contra as restrições impostas pelo Estado Novo à concessão de vistos, Souza Dantas conseguiu que centenas de pessoas consideradas "indesejáveis" - judeus, comunistas, homossexuais e outros - deixassem o terror nazista e encontrassem abrigo no Brasil.
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