Dirceu segue Fidel e associa massacre a manipulação dos EUA

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Na última terça-feira, Fidel Castro escreveu em uma das suas "reflexões" que a Líbia era vítima de uma forte campanha midiática e isentou o ditador Muamar Kadafi do massacre que deixou centenas de mortos na última semana. Ontem, as palavras do líder cubano ganharam o apoio do ex-ministro e deputado cassado José Dirceu. Em seu blog, ele atribuiu aos EUA a responsabilidade por uma "manipulação do noticiário e uma intervenção branca". Dirceu criticou ainda as sanções unilaterais anunciadas na sexta-feira pelos americanos, dizendo que seu real objetivo, ao apressar a queda de Kadafi, seria "comandar a transição para controlar as reservas e a produção de petróleo e evitar um governo antiamericano ou pró-palestino ao fim da crise líbia". Dirceu questiona a razão para que sanções não tenham sido impostas ao Egito.No texto de Fidel, que também contou com o apoio do presidente venezuelano, Hugo Chávez, o líder cubano sustentou que os EUA não hesitariam em enviar ao país as forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se isso lhes conviesse. Ao final, reforçou seu apoio a Kadafi, ressaltando os laços que uniam os dois países.Na sexta-feira, Chávez também expressou seu apoio ao governo da Líbia. Chávez, que afirmou ser amigo de Kaddafi, assim como de outros presidentes, manifestou preocupação com as manifestações em alguns países com risco de guerras civis, como o caso da Líbia."Não posso dizer que apoio, ou estou a favor, ou aplaudo qualquer decisão tomada por qualquer amigo meu em qualquer parte do mundo, não...mas nós sim apoiamos o governo da Líbia", disse Chávez na noite de sexta-feira, em declarações transmitidas pela TV estatal."Não pude falar com Gaddafi todos estes dias'', completou ele. Na quinta-feira, Chávez, que reforçou os laços diplomáticos e comerciais com Kadafi, comentou em sua conta na rede de microblogs Twitter : "Viva a Líbia e sua independência! Kadafi enfrenta uma guerra civil!".

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