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Direitistas criticam Ségolène por apelo a centristas

Segundo turno da eleição francesa entre Sarkozy e a candidata socialista será decidida pelos votos que foram para François Bayrou, o terceiro colocado

Por Agencia Estado
Atualização:

Aliados do candidato direitista Nicolas Sarkozy acusaram nesta terça-feira, 24, a socialista Ségolène Royal de comprometer seus ideais para tentar conquistar o eleitorado centrista, que será decisivo no segundo turno da eleição presidencial, dia 6. Sarkozy superou Ségolène confortavelmente no primeiro turno do último domingo, mas ambos precisam dos votos que foram para François Bayrou, o terceiro colocado. Ségolène convidou Bayrou a participar de um debate público na busca de pontos comuns em suas agendas políticas. Sarkozy também busca o eleitorado centrista, mas descarta uma aliança direta com o próprio Bayrou. Assessores dele acusaram a canditada socialista de colocar essa busca acima dos seus princípios. "Num momento em que Nicolas Sarkozy quer unir, Ségolène Royal quer despedaçar, o que também significa recuar em suas idéias e convicções", disse Xavier Bertrand, porta-voz de Sarkozy, à TV LCI. O ex-ministro teve 31,2% dos votos no domingo, contra 25,9% de Ségolène. As pesquisas de segundo turno lhe dão entre 52% e 54% por cento dos votos válidos. Apoio Bayrou deve conceder entrevista coletiva na quarta-feira, mas aliados dizem que ele não deve apoiar nenhum dos finalistas, já que isso prejudicaria a sólida posição que ele construiu nas últimas semanas, apresentando-se como uma força independente dentro da política francesa. Mas sua pequena União pela Democracia Francesa (UDF) tradicionalmente se alia à União por um Movimento Popular (UMP, de Sarkozy). Em 2002, a UDF só conseguiu formar uma bancada parlamentar devido a essa aliança. As novas eleições parlamentares estão marcadas para junho, e pesos-pesados da UMP ameaçam vetar candidatos da UDF caso Bayrou negue apoio a Sarkozy. "Precisamos saber se a UDF é parte da maioria presidencial", disse François Fillon, um dos principais assessores de Sarkozy, ao jornal Le Figaro. "Se não é, a UMP vai apresentar um candidato em cada distrito", afirmou. A esquerda também pressiona Bayrou. "Se ele quer ancorar suas idéias na paisagem política, terá todo interesse em garantir a eleição de Ségolène Royal", disse Jean-Pierre Chévenement, assessor da socialista, ao Le Figaro. Analistas dizem que o eleitorado de Bayrou provavelmente se dividirá entre os dois candidatos. Pesquisa do instituto Ipsos para a revista Le Point que circula na terça-feira diz que 38% dos que votaram em Bayrou no primeiro turno agora vão votar em Ségolène; 35% vão de Sarkozy e 27% pretendem se abster.

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