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Discurso de Romney na convenção republicana será teste crucial

Candidato precisa convencer norte-americanos de que pode liderar país melhor do que Obama

Por Reuters
Atualização:

TAMPA, EUA - O candidato à Presidência dos Estados Unidos, Mitt Romney, terá pela frente nesta quinta-feira, 30, um teste crucial em sua corrida para a Casa Branca, quando fizer seu muito aguardado pronunciamento na Convenção Nacional Republicana. Será uma oportunidade para tentar convencer milhões de norte-americanos de que ele pode apontar um caminho para a recuperação da economia norte-americana e ser um líder melhor para o país do que o presidente Barack Obama, do Partido Democrata.

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Essa será a maior audiência na televisão para Romney, já que boa parte do país ligará a TV para vê-lo falar, o que propiciará a muitos eleitores seu primeiro contato de mais atenção com o candidato de 65 anos, ex-governador do Estado de Massachusetts e que na campanha de 2008 tentou sem sucesso ser o indicado pelo partido para disputar a Presidência. Romney, frequentemente visto como uma pessoa rígida, terá o desafio de fazer os norte-americanos se sentirem mais confortáveis com ele.

Será uma árdua tarefa para ele, depois que sua mulher, Ann, fez na terça-feira à noite um discurso de apoio no qual a ênfase era: "você pode confiar em Mitt". O pronunciamento de Ann foi amplamente considerado como um dos mais importantes feitos até hoje por uma aspirante a primeira-dama.

Na quarta-feira, o vice na chapa de Romney, o deputado Paul Ryan, do Estado do Wisconsin, também fez um discurso firme, o qual provocou a reação mais entusiástica até o momento na convenção. "Depois de quatro anos girando no mesmo lugar, a América precisa de uma reviravolta, e o homem para essa tarefa é o governador Mitt Romney", disse Ryan.

Os democratas descrevem Romney como um frio empresário de corporações, elitista rico, sonegador de impostos e que muda de políticas com frequência. Portanto, dizem eles, não confiável para receber as chaves da Casa Branca.

Apesar dos ataques, Romney tem aparecido lado a lado com Obama nas pesquisas, em uma corrida que está muito longe de uma definição. Uma sondagem da Reuters/Ipsos na quarta-feira mostrou os dois empatados com 43 por cento cada.

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Mas Obama tem sobre Romney a vantagem do carisma, uma importante característica que pode mascarar outros problemas que o atual ocupante da Casa Branca tem ao tentar convencer os eleitores a lhe darem um novo mandato de quatro anos. O senador do Arizona John McCain, o republicano que disputou a eleição com Obama em 2008, disse que Romney precisa realizar duas tarefas: "um, convencer os norte-americanos a acreditar nele e confiar nele e, dois, (convencer) de que tem um plano concreto para recolocar a economia de volta nos eixos".

Longa jornada

O discurso de Romney é o ponto culminante de uma longa jornada. Depois de não conseguir ser o candidato do partido em 2008, ele planejou o retorno à arena política este ano. Foi testado em disputas com vários rivais conservadores, de Newt Gingrich a Rick Santorum, e sobreviveu a todos eles.

Romney tem algumas vantagens inerentes na corrida contra Obama. Ele supera os democratas em doações de campanha e tem na fraqueza da economia e no aumento do desemprego, que está na casa de 8,3 por cento, argumentos letais pela mudança de presidente.

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Ainda assim, Romney está longe de fechar um bom negócio. Não está claro se suas propostas econômicas de redução de impostos e desregulamentações de setores vão promover o crescimento do país e fazer com que o Tesouro arrecade tributos para arcar com programas governamentais caros, tais como o serviço de saúde Medicare, destinado aos idosos, que ele quer reformar.

O discurso de Romney na convenção é uma oportunidade para que ele se imponha sobre a enxurrada de propaganda negativa na TV. Delegados republicanos recomendaram que Romney seja ele mesmo no pronunciamento, fale de sua trajetória como empresário e chefe da organização dos Jogos Olímpicos de Inverno de Salt Lake City, e aponte um caminho a seguir.

O senador pelo Estado de Nova York Mike Nozzolio disse que ele precisa dizer aos eleitores de um modo compreensível que "é competente, direto, focado e pode levar a mensagem às pessoas ao redor da mesa da cozinha". Frank Steed, do Condado de Navarro, no Texas, disse que Romney não deveria se preocupar em tentar parecer caloroso e vago. "Ele é quem ele é", afirmou Steed. "E eu acho que ele tem de estar orgulhoso disso. Ele é um homem de negócios. Ele não é um político."

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