
15 de setembro de 2010 | 16h54
Abbas, Hillary e Bibi voltam a negociar. Foto: Matty Stern/Efe
JERUSALÉM - O enviado dos EUA para o Oriente Médio, George Mitchell, disse nesta quarta-feira, 15, que israelenses e palestinos estão progredindo na discussão sobre a moratória na expansão de assentamentos israelenses na Cisjordânia.
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A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, se reuniu nesta tarde em Jerusalém com o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, na segunda rodada de negociações diretas de paz no Oriente Médio, iniciada ontem, no Egito.
Ainda de acordo com Mitchell, os dois lados discutiram as questões centrais que travam a criação de um Estado palestino, como o status de Jerusalém, as fronteiras e o destino dos refugiados palestinos.
"Os dois líderes não estão deixando os temas difíceis para o final das discussões. Tomamos isto como um forte indicador de que confiam que a paz é possível", disse Mitchell.
Antes do encontro, Netanyahu garantiu que os dois lados estão trabalhando para o resolver o impasse. "Há muito trabalho, mas trabalhar é bom. Me alegra estar aqui com o presidente Abbas e a secretária Clinton em busca da paz", disse.
A moratória na expansão de assentamentos expira no próximo dia 26. Palestinos já sinalizaram que a retomada das construções prejudicará as negociações. A base de apoio ao governo de Netanyahu é contrária a uma renovação da moratória.
Durante a segunda rodada de negociações, Hillary pressionou os israelenses pela extensão da moratória. "Conforme o presidente (Barack) Obama disse recentemente, achamos que faz sentido prorrogar a moratória, especialmente agora que as negociações estão evoluindo", disse Mitchell ontem no Egito.
Retomada
As negociações de paz entre israelenses e palestinos estavam paralisadas desde janeiro de 2009, quando o Estado judeu realizou a Operação Chumbo Fundido na Faixa de Gaza e matou milhares de civis. No início de maio, porém, os lados anunciaram a retomada das conversas, embora nenhum progresso tenha sido feito até agora.
A cisão entre os grupos palestinos também prejudica as negociações. Em 2007, a Autoridade Palestina, facção secular liderada por Mahmoud Abbas, e o Hamas, movimento de resistência islâmica de inspiração religiosa, romperam o governo de coalizão que administrava os territórios palestinos.
Desde então, o Hamas - considerado por Israel e pelos EUA como uma organização terrorista - controla a Faixa de Gaza, e a Autoridade Palestina governa a Cisjordânia. O Hamas se nega a reconhecer o direito de existência de Israel e frequentemente lança foguetes contra o território judeu.
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Com Efe e Reuters
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