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Disparos em protestos contra Maduro matam 3 e ferem 26 em Caracas

Presidente venezuelano lamenta as mortes, diz que intenção de alguns setores da oposição é derrubar o governo por meio da violência e manda reforçar a segurança nas principais cidades do país; líderes estudantis prometem mais manifestações

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Por Redação
Atualização:

As maiores manifestações registradas contra o governo do presidente Nicolás Maduro deixaram 3 mortos e 26 feridos nesta quarta-feira em Caracas. Carros foram incendiados enquanto manifestantes apedrejavam a polícia, que usou bombas de gás lacrimogêneo. No total, mais de 30 pessoas foram presas.

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De acordo com o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, uma das vítimas era de Juan Montoya, de 40 anos, militante chavista, líder comunitário no bairro 23 de Enero. A outra vítima foi Bassil da Acosta, estudante da Universidad Alejandro Humboldt, que foi baleado na cabeça.

A terceira morte foi anunciada no início da madrugada desta quinta-feira pelo prefeito do distrito caraquenho de Chacao, Ramón Muchacho, que não identificou a vítima. Segundo a agência Associated Press, o confronto começou quando motociclistas chavistas dispararam contra estudantes que protestavam contra Maduro.

As marchas, convocadas para marcar o Dia do Estudante em várias cidades do país, transformaram-se em atos contra o governo apoiados por líderes da oposição. No centro da capital, milhares de estudantes se reuniram na Praça Venezuela.

Eles protestavam contra a prisão de estudantes em protestos e atribuíam a grupos chavistas a violência em manifestações anteriores. "Você precisa de terapia para viver na Venezuela", dizia um cartaz de um estudante da Faculdade de Psicologia da Universidade Central. Nesta quinta, líderes estudantis prometem marchar da Praça Venezuela até a sede da Procuradoria Geral da República.

‘Golpe’. Na terça-feira, homens armados tinham ferido cinco militantes em um ato contra Maduro - que acusou os estudantes de tentar derrubá-lo e convocou universitários chavistas para marcharem para respaldá-lo. Nesta quarta, Maduro mandou reforçar a segurança nas principais cidades do país. "Não haverá golpe de Estado na Venezuela. Tenham certeza. Segue a democracia e segue a revolução", afirmou o presidente.

A marcha chavista ocorreu nesta quarta-feira em Puerta Caracas. Maduro acompanhou a manifestação ao lado da primeira-dama Cilia Flores. Nesta quarta, Maduro mudou o tom e pediu que militantes chavistas não entrassem em confronto com os grupos de oposição, aos quais classificou de "fascistas".

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As manifestações ocorrem dois meses depois de a Assembleia Nacional ter concedido poderes especiais para Maduro se defender da "guerra econômica" contra seu governo. Índices de inflação e escassez mostram que a situação se agravou em janeiro. Desde novembro, Maduro ordenou inspeções e criou leis para limitar em até 30% o lucro de empresas privadas.

Os preços de roupas e de eletrodomésticos também foram reduzidos por decreto às vésperas das eleições municipais. Desde então, economistas têm alertado que o impacto das medidas sobre a inflação seria temporário. / AP, REUTERS, AFP e EFE

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