
13 de janeiro de 2012 | 08h49
Yu declarou que vai relatar os abusos em depoimento perante uma comissão do Congresso dos EUA na semana que vem, dando destaque assim à questão dos dissidentes antes da provável visita a Washington do vice-presidente Xi Jingping - cotado para assumir a presidência do país. Xi deve ir aos EUA nos próximos meses.
Yu afirmou que as autoridades se tornaram mais duras depois que outro dissidente, Liu Xiaobo, ganhou o Prêmio Nobel da Paz de 2010.
"Minhas circunstâncias mudaram dramaticamente e eu fui submetido a tortura extremamente cruel", declarou Yu a Retuers por telefone, falando de uma localidade perto de Washington.
"Uns dias antes da cerimônia de concessão do Prêmio Nobel a Liu Xiaobo fui sequestrado. Várias pessoas tirararam minha roupa e me espancaram até o ponto em que perdi os sentidos e tive de ser levado a um hospital para ser salvo.
"Segundo Yu, ele passou meses com perda de memória, insônia e dores, e na maior parte de 2011 ficou confinado em sua casa na periferia de Pequim.
Liu foi condenado em 2009 pela acusação de incitar à subversão e sentenciado a 11 anos de prisão. Sua condenação e a prisão domiciliar de sua mulher, Liu Xia, se tornaram o foco de críticas internacionais contra a punição da China a opositores. Ele é um dos mais persistentes críticos dos controles impostos pelo Partido Comunista às religiões e ao posicionamento político contrário ao regime.
O dissidente não explicou se já entrou com o pedido formal de asilo para si mesmo, sua mulher e um filho pequeno, que deixaram a China com ele.
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