PUBLICIDADE

Dissidentes em Cuba denunciam aumento de prisões políticas

Segundo a Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional, em julho foram 674 prisões por motivos políticos, a maior quantidade desde junho de 2014

Atualização:

HAVANA - O grupo opositor Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional (CCDHRN) denunciou nesta terça-feira, 4, que em julho foram registrados pelo menos 674 detenções por motivos políticos na ilha, o número mais alto desde junho de 2014, além de 21 casos de agressões físicas durante as detenções.

O relatório sobre repressão política elaborado mensalmente pela organização, liderada pelo dissidente Elizardo Sánchez, informou também que em julho houve 71 vítimas de atos de repúdio "orquestrados pela polícia política secreta e elementos parapoliciais".

Grupo de dissidentes de Cuba chega a Key West, na Flórida, 24 horas depois de fugir da ilha em um barco improvisado Foto: Rob O'Neal /The Key West Citizen/AP

PUBLICIDADE

Segundo a CCDHRN, Cuba é o país do continente onde se registram os números mais altos de detenções políticas de curta duração, "em um persistente contexto de violação de todos os direitos civis e políticos e outros direitos fundamentais".

Segundo o relatório, a maioria destas detenções foram contra o grupo dissidente Damas de Blanco, que todos os domingos vai à missa e depois faz uma caminhada pacífica por uma avenida de Havana.

A comissão também chamou a atenção sobre um fato ocorrido em El Salvador dias 20 e 21 de julho, quando o governo cubano teria pressionado para conseguir a expulsão de "11 pacíficos dissidentes cubanos oficialmente convidados pelo governo salvadorenho à Conferência Interministerial da Comunidade de Democracias".

"(O governo cubano) não alcançou aquele seu excludente propósito graças à solidariedade das forças democráticas de El Savador e de outras regiões que defenderam nosso direito de participar dessa conferência", acrescentaram no relatório.

O CCDHRN é o único grupo na ilha que registra e divulga os números destes incidentes em Cuba. O governo cubano, por sua vez, considera os dissidentes "contrarrevolucionários" e "mercenários". / EFE

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.