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Divisão de Kosovo só acontece se a Sérvia aceitar, diz Moscou

Por CONOR SWEENEY
Atualização:

A Rússia só vai aceitar a independência da província sérvia de Kosovo se Belgrado concordar, disse na sexta-feira o ministro russo de Relações Exteriores, Sergei Lavrov. "As negociações continuam com a mediação da ''troika'' formada por Rússia, União Européia e Estados Unidos. O objetivo é ajudar ambas as partes (Sérvia e Kosovo) a alcançarem um acordo, e vamos apoiar qualquer coisa sobre a qual alcançarem um acordo", afirmou ele a jornalistas. "Mas o objetivo dos mediadores é ajudar as partes a alcançar um acordo, e não impor uma solução em particular", disse Lavrov. Kosovo, que é parte da Sérvia, mas tem população majoritariamente albanesa, está há oito anos sob administração da ONU e da Otan. A Rússia, aliada da Sérvia, é contra o plano ocidental para conceder a independência a Kosovo. A "troika" de mediadores foi criada depois que Moscou barrou os planos da ONU para a independência da região. A declaração de Lavrov foi feita um dia depois das reuniões iniciais da "troika", em separado, com sérvios e kosovares em Viena. Em entrevista publicada na sexta-feira pelo jornal Der Standard, o representante da UE na "troika", Wolfgang Ischinger, disse que um acordo seria "mil vezes melhor do que qualquer solução unilateral." "Mas, realisticamente, as chances de alcançar isso depois e tudo o que aconteceu são mínimas", afirmou. Os albaneses de Kosovo dizem que, se não houver acordo até 10 de dezembro, vão declarar a independência unilateralmente. Os Estados europeus teriam então o dilema de reconhecer ou não o novo país. "Seria um desastre se deixássemos a questão dividir (a UE)," disse Ischinger. Em Prístina, capital de Kosovo, o primeiro-ministro regional Agim Ceku disse que ainda espera obter a independência neste ano. "Estamos prontos, na ausência de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, a declarar independência e pedir o reconhecimento da UE e dos Estados Unidos", declarou.

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