Documentos apontam que CIA buscou ‘soro da verdade’ para usar em prisioneiros após 11 de Setembro

Objetivo era obter informações sobre possíveis ataques por parte de Abu Zubaydah, que teria ajudado a planejar os atentados de 2001

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WASHINGTON - Interrogadores da CIA buscaram um "soro da verdade" para usar em prisioneiros da Al-Qaeda, além de afogamento e outras técnicas de tortura para obter informações após os atentados de 11 de setembro de 2001 contra Nova York e Washington, revelam documentos publicados nesta terça-feira, 13.

CIA não encontrou evidências históricas de que as drogas eram capazes de fazer uma pessoa revelar informações; na foto, sede da agência emLangley, no Estado americano de Virgínia Foto: Daniel Slim / AFP

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Desesperados para obter informações sobre possíveis ataques por parte de Abu Zubaydah, que teria ajudado a planejar os atentados de 2001, os investigadores recorreram às experiências da agência na década de 1950 com drogas que alteram a mente, como o LSD, e também ao programa russo para soros da verdade nos anos 1980.

Médicos da CIA analisaram o uso de barbitúricos, como o amital sódico e os psicotomiméticos, que originam sintomas de psicose, e se interessaram por uma droga chamada midazolam, um sedativo que pode causar perda de memória durante seu efeito.

Os funcionários dos Serviços Médicos da CIA consideraram a ideia diante da "notável resistência" de Abu Zubaydah, submetido à tortura física, psicológica e à falta de sono.

"A intensidade e a duração dos interrogatórios de AZ (Abu Zubaydah) foram uma surpresa para os Serviços Médicos e motivaram um estudo mais profundo sobre a alternativa aparentemente mais benigna dos interrogatórios com drogas", afirmam os documentos.

Mas a CIA não encontrou evidências históricas de que as drogas eram capazes de fazer uma pessoa revelar informações. "Parece provável que qualquer indivíduo que possa suportar um interrogatório intensivo também possa resistir à narcose.”

Os documentos da CIA sobre os interrogatórios posteriores ao 11 de Setembro foram publicados após uma batalha judicial liderada pela União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês). / AFP

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