Dois homens condenados pelo assassinato de Malcolm X serão absolvidos

Julgamento pela morte do líder negro foi marcado por erros e omissões; Muhammad A. Aziz e Khalil Islam não tiveram 'direito à justiça que mereciam', disse promotor

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Por Redação
Atualização:

NOVA YORK - Dois homens condenados em 1966 pelo assassinato um ano antes, em Nova York, do ativista Malcolm X, um dos maiores expoentes da luta contra o racismo, serão absolvidos, anunciou nesta quarta-feira, 17, o gabinete do promotor de Manhattan, Cyrus Vance.

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"Esses homens não tiveram direito à justiça que mereciam", disse ao The New York Times o promotor Vance, cujo gabinete confirmou que haverá uma entrevista coletiva na quinta-feira, após a "anulação das condenações injustificadas" de Muhammad A. Aziz e Khalil Islam pela morte de Malcolm X.

O julgamento pela morte do líder negro foi marcado por erros e omissões, de acordo com uma investigação conduzida pela Promotoria de Manhattan e pelos advogados de ambos os condenados, citada pelo jornal nova-iorquino.

Após 22 meses, a investigação concluiu que tanto o FBI quanto a polícia de Nova York ocultaram provas que, se tornadas públicas, provavelmente teriam levado à absolvição dos dois homens que passaram décadas na prisão por um crime que não cometeram.

Memorial homenageia Malcolm X; Muhammad A. Aziz e Khalil Islam, acusados da morte do líder, foram inocentados nesta quarta-feira Foto: Damon Winter/NYT

Malcolm X foi assassinado em 21 de fevereiro de 1965, quando estava prestes a falar em um comício no Audubon Ballroom, em Manhattan, no auge de sua popularidade por sua luta pela igualdade e pelos direitos humanos.

A revisão do caso surgiu após a apresentação de um documentário sobre o assassinato e uma nova biografia do ativista que, no entanto, não identifica os assassinos ou revela se houve uma possível conspiração da polícia ou do governo para silenciá-lo.

Tampouco esclarece por que a polícia e o governo não conseguiram evitar o crime, quando as evidências mostram que havia amplos indícios de que seu assassinato estava sendo preparado.

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Depois de anos exigindo justiça, os nomes de Aziz, de 83 anos, que foi libertado em 1985, e Islam, que saiu da prisão em 1987 e morreu em 2009, serão finalmente limpos.

Um terceiro homem, Mujahid Abdul Halim, de 80 anos, confessou o assassinato e foi libertado em 2010. Durante o julgamento de 1966, ele alegou que Aziz e Islam eram inocentes. /AFP

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