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Dois observadores morrem baleados na Cisjordânia

Por Agencia Estado
Atualização:

Dois observadores de uma força internacional em Hebron, na Cisjordânia, foram mortos a tiros e um ficou ferido nesta terça-feira, em uma emboscada contra o carro em que viajavam, informou o Exército de Israel. Estas foram as primeiras mortes de observadores desde a criação da Presença Internacional Temporária em Hebron (TIPH, por suas iniciais em inglês), em 1994, para supervisionar a trégua entre palestinos e israelenses nessa cidade. A Autoridade Palestina (AP) acusou forças israelenses de terem disparado contra o veículo. O Exército de Israel acusa militantes palestinos de terem realizado uma emboscada contra o grupo. Os observadores trafegavam perto de um povoado cisjordaniano ao norte de Hebron, em uma estrada usada principalmente por colonos judeus, alvo freqüente de ataques de grupos palestinos. Um dos mortos era turco (mesma nacionalidade do ferido) e o outro, suíço. A TIPH não se pronunciou sobre os possíveis culpados pelo incidente. Um funcionário norueguês do grupo de observadores disse que seus colegas viajavam em um carro visivelmente identificado como pertencente à força quando entraram no meio de um fogo cruzado. De acordo com Ahmet Uzumcu, embaixador da Turquia em Israel, "ainda não estava claro quem abriu fogo". Ele disse à rede NTV que esta foi a primeira vez que ocorreu um ataque desse tipo. Em Hebron, 450 colonos judeus vivem em assentamentos entre 130.000 árabes. O TIPH foi estabelecido por observadores europeus depois que um colono matou 29 árabes em um local sagrado para muçulmanos e judeus. Os colonos acusam o TIPH de os prejudicar. Os palestinos reclamam do constante assédio dos colonos judeus. Pela manhã, dois palestinos morreram na explosão do automóvel em que viajavam perto de uma área comercial de Jerusalém. Aparentemente, eles explodiram o carro quando foram parados num controle militar. A segurança israelense acredita que eles iam realizar um atentado, mas detonaram a bomba ao serem parados. As forças israelenses estão em alerta máximo por temerem um atentado amanhã, celebração da Páscoa judaica. As negociações entre palestinos e israelenses para um cessar-fogo não avançaram hoje e a perspectiva era de fracasso. O jornal norte-americano The Washington Post informou na segunda-feira que, se a trégua não vingar, Israel lançará uma grande ofensiva militar nos territórios.

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