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Dois palestinos morrem durante confrontos perto de Jerusalém

De acordo com o Ministério da Saúde palestino, um jovem de 17 anos foi vítima de arma de fogo enquanto que outro, de 18 anos, morreu na explosão de um coquetel molotov que tentava lançar contra forças israelenses

Atualização:

JERUSALÉM - Dois palestinos morreram neste sábado, 22, durante novos confrontos com as forças de ordem israelenses perto de Jerusalém, um dia depois dos choques mortais em razão das novas medidas de segurança na entrada da Esplanada das Mesquitas.

Há uma semana ocorrem confrontos diários entre as forças de segurança israelenses e manifestantes palestinos, que denunciam a instalação imposta por Israel de detectores de metais nos acessos do terceiro lugar santo do Islã, na Cidade Velha de Jerusalém.

Palestinos lançam pedras contra forças de segurança de Israel perto de Ramallah Foto: AFP PHOTO / ABBAS MOMANI

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Neste sábado, um jovem palestino de 17 anos morreu horas depois de ser gravemente ferido de bala em El Azariyé, na Cisjordânia, a leste de Jerusalém, indicou o Ministério da Saúde palestino. 

Não muito distante, em Abu Dis, outro palestino de 18 anos morreu ao explodir um coquetel molotov que queria lançar contra as forças israelenses, segundo a mesma fonte.

Na sexta-feira, três palestinos morreram em confrontos com as forças de segurança em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia ocupada. Também morreram três israelenses, esfaqueados por um palestino em casa em uma colônia israelense perto de Ramallah.

Esta onda de violência será tema de uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU na segunda-feira, solicitada pela Suécia, França e Egito.

Em um comunicado comum, os representantes do Quarteto para o Oriente Médio (Estados Unidos, Rússia, União Europeia e, ONU) pediram no sábado a todas as partes que "exerçam a máxima moderação, evitem as ações de provocação e trabalhem para conseguir uma desescalada".

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Os enviados do Quarteto também estimulam Israel e Jordânia [guardiã dos locais santos muçulmanos de Jerusalém] a trabalharem juntos para manter o status quo na Esplanada das Mesquitas.

Ordem

As autoridades israelenses ordenaram a instalação de portais de segurança nas entradas da Esplanada das Mesquitas depois de um ataque contra policiais em 14 de julho perto deste local altamente sensível.

Na sexta-feira à noite, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, anunciou que as relações com Israel ficariam "congeladas" até que essas medidas fossem suspensas. 

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As novas medidas de segurança reavivaram os temores dos palestinos de que Israel tome o controle exclusivo da Esplanada, o lugar mais sagrado para o judaísmo, da qual controla os acessos, mas cuja gestão está nas mãos da Jordânia.

As autoridades israelenses asseguram, entretanto, não ter a intenção de modificar as regras do atual status quo, segundo o qual os muçulmanos podem ir até lá a qualquer hora e os judeus podem entrar somente em determinas horas, mas não podem rezar.

Em Jerusalém Oriental, parte palestina da cidade cuja anexação por Israel nunca foi reconhecida pela comunidade internacional, a Cidade Velha e os arredores da Esplanada das Mesquitas continuavam neste sábado sob forte presença policial.

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Dezenas de palestinos, usando capuz, jogaram pedras e pneus em chamas nas forças de ordem israelenses em vários bairros de Jerusalém Oriental e em povoados palestinos da Cisjordânia próximos à Cidade Santa, indicou uma porta-voz da polícia.

No centro de passagem de Kalandia, entre Ramallah e Jerusalém, centenas de palestinos enfrentaram as forças de ordem israelenses, segundo fontes palestinas. Ao menos oito palestinos ficaram feridos, segundo o Ministério da Saúde palestino.

À noite, o exército realizou um ataque contra a casa do palestino autor do ataque mortal com faca contra os colonos, no povoado de Kobar, fechado no sábado pelo exército israelense. / AFP

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