Dois soldados dos EUA são feridos a tiros em rodovia do Kuwait

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Por Agencia Estado
Atualização:

Um guarda de trânsito kuwaitiano feriu gravemente a tiros dois soldados do Exército dos Estados Unidos numa rodovia ao sul da capital, informou o governo do Kuwait. O incidente foi o último de uma série de ataques contra tropas americanas no momento em que os EUA se preparam para uma possível guerra no Iraque. Um comunicado do Ministério do Interior kuwaitiano informou que o policial, identificado apenas como um sargento numa patrulha rodoviária, fugiu para a Arábia Saudita depois do ataque. "Fontes de segurança kuwaitianas e sauditas estão trabalhando em coordenação por sua prisão e extradição", acrescentou. Autoridades disseram não saber os motivos do ataque. Um oficial kuwaitiano, que pediu para não ser identificado, disse que o policial aparentemente parou o carro dos americanos por excesso de velocidade. O ataque ocorreu por volta das 10h30 enquanto as vítimas viajavam entre a base militar americana de Camp Doha para a cidade de Oraifijan, cerca de 60 km ao sul da Cidade do Kuwait. Um soldado recebeu um tiro no rosto e o outro no ombro, disse um porta-voz militar americano, que pediu para não ser identificado. As duas vítimas, que ainda não tiveram os nomes revelados, estavam com roupas civis num veículo civil e não responderam ao fogo. Os soldados ainda conseguiram dirigir o carro até Oraifijan, e foram levados de avião para um hospital militar kuwaitiano. Eles estavam em condições graves, mas não corriam perigo de vida. Em Praga, o secretário da Defesa Donald H. Rumsfeld considerou que o ataque pode não estar relacionado com a presença dos militares dos EUA no Kuwait, se preparando para uma possível ação contra o Iraque. "Tem havido ataques terroristas na região em toda minha vida adulta, e isso é um longo tempo", disse o secretário da Defesa de 70 anos, que participa de uma cúpula da Otan na capital checa. O ataque é o último de uma série de incidentes envolvendo tropas americanas nesta rica nação petrolífera que faz fronteira com o Iraque. Em 8 de outubro, dois fundamentalistas islâmicos mataram a tiros um fuzileiro naval dos EUA e feriram outro na ilha de Failaka. Os dois atacantes foram mortos por outros marines. Seis dias depois, militares dos EUA divulgaram que tiros foram disparados de dois veículos civis contra suas tropas no noroeste do Kuwait, que o governo fechou para civis no começo deste mês. Em 1º de novembro, tiros foram disparados contra soldados americanos nas proximidades de Oraifijan, mas ninguém ficou ferido. O governo do Kuwait minimizou o incidente, sugerindo que os disparos foram feitos por caçadores e não visavam os americanos. Cerca de 10.000 militares americanos estão baseados no Kuwait sob um pacto de defesa assinado entre os dois países após a Guerra do Golfo, de 1991, durante a qual uma coalizão liderada pelos EUA expulsaram tropas iraquianas do país. Apesar de os kuwaitianos deverem sua independência e segurança às forças dos EUA, um sentimento antiamericano é cada vez maior no país e em todo o Oriente Médio devido ao apoio de Washington a Israel, à guerra antiterrorista e às ameaças americanas de atacar o Iraque.

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