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Donald Trump ameaça cortar ajuda dos EUA para palestinos

Presidente critica fato de Pence não ter sido recebido em viagem à região; em resposta, Abbas quer EUA fora das negociações de paz

Atualização:

O presidente americano, Donald Trump, declarou nesta quinta-feira, dia 25, que cortará totalmente o repasse financeiro dos Estados Unidos aos palestinos se eles não voltarem a negociar paz com Israel. A ajuda de Washington à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina já sofreu um corte de US$ 65 milhões, no dia 16, o que representa mais da metade da contribuição americana.

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Trump anunciou sua decisão após se encontrar com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, em Davos, na Suíça, onde participou do Fórum Econômico Mundial. O presidente americano acusou os palestinos de terem desrespeitado os Estados Unidos ao rejeitarem um encontro com seu vice, Mike Pence, que visitou Israel e Jerusalém Oriental – ocupada pelos israelenses desde 1967 – esta semana. O boicote palestino ocorreu em represália ao reconhecimento dos EUA da Cidade Santa como capital israelense, em dezembro.

O presidente americano, Donald Trump, e o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, trocam apertos de mão no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça Foto: REUTERS/Carlos Barria

A mudança de status de Jerusalém para Washington, que determinará a transferência da embaixada americana para a cidade, fez com que os palestinos passassem a descartar qualquer possibilidade de negociar com os israelenses com intermediação dos EUA. Pelo mesmo motivo, os palestinos se recusaram a receber Pence.

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“Quando eles (os palestinos) nos desrespeitaram ao não permitir que o nosso grande vice-presidente os encontrassem – e nós damos a eles centenas de milhões de dólares em ajuda e apoio, números enormes, números que ninguém entende –, esse dinheiro está na mesa. E esse dinheiro não irá para eles, a não ser que eles se sentem e negociem paz”, declarou Trump.

A Autoridade Palestina (AP) qualifica a retirada da ajuda financeira americana como chantagem. “Os direitos dos palestinos não estão em barganha, e Jerusalém não está à venda. Os EUA não poderão ter nenhum papel (nas negociações de paz com os israelenses) a não ser que retirem sua decisão de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel”, disse Nabil Abu Rdaniah, porta-voz da AP.

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Desde meados dos anos 1990, Washington contribuiu com mais de US$ 5 bilhões para os palestinos. O repasse anual desde 2008 foi, em média, de US$ 400 milhões – grande parte da quantia foi destinada a projetos de desenvolvimento. A porta-voz do Departamento de Estado americano Heather Nauert afirmou que toda assistência dos EUA pode ser cancelada se os palestinos não aceitarem a retomada das negociações.

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“Acho que não há nenhum substituto para os EUA. Como a intermediadora honesta, como uma facilitadora, não há nenhuma outra organização internacional que faria isso”, afirmou o primeiro-ministro israelense. O presidente da AP, Mahmoud Abbas, qualifica o reconhecimento de Jerusalém como capital israelense como “um tapa na cara” e exige que os EUA recuem. Israel quer a Cidade Santa como capital indivisível de Israel, e os palestinos querem sua capital em Jerusalém Oriental. / REUTERS e AP