Donald Trump diz "não lembrar bem" de reunião com Papadopoulos
O ex-assessor da campanha de Trump diz ter se reunido com o presidente e seus conselheiros. Ele se declarou culpado de mentir ao FBI na investigação da interferência russa na eleição americana
Por Redação
Atualização:
A autoproclamada “uma das melhores memórias de todos os tempos” de Donald Trump parece estar falhando. O presidente americano disse na sexta-feira que “não se lembra muito bem” de uma reunião que teve em 2016 com seu então conselheiro de campanha, George Papadopoulos. “Eu não me lembro muito dessa reunião. Foi uma reunião muito sem importância, que aconteceu a muito tempo. Não lembro muito dessa reunião”, disse Trump a jornalistas em uma coletiva nesta sexta-feira, antes da viagem do presidente americano à Ásia.
No começo da semana, George Papadopoulos se declarou culpado de mentir para o FBI em uma investigação sobre uma possível interferência da Rússia nas eleições presidenciais americanas do ano passado. Em seu acordo de delação premiada, ele relatou as conversas em inúmeros e-mails que enviou a seus superiores na campanha. No dia 31 de março de 2016, Papadopoulos participou de um encontro de vários assessores de política externa com o próprio candidato, segundo acusação apresentada à Justiça pelo procurador especial Robert Mueller.
Nos documentos da investigação revelados nesta semana, Papadopoulos diz que tentou arranjar um encontro entre Trump e o presidente russo Vladimir Putin. Ele também contou que marcou uma reunião com um acadêmico próximo a autoridades russas após saber que eles tinham "sujeira" contra Hillary Clinton, a candidata democrata, na forma de "milhares de e-mails".
A alegação de Trump se encaixa com perfeição à tese que seus aliados dentro e fora da Casa Branca vem tentando emplacar, de que o papel de Papadopoulos na campanha presidencial era de um voluntário de baixo escalão. Mas, meses atrás o próprio presidente listou Papadopoulos como um dos seus principais assessores de política externa, em uma entrevista para o jornal The Washington Post, e até o chamou de “um cara excelente”.
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