PUBLICIDADE

Duas explosões deixam pelo menos 40 mortos no Iraque

Ataques acontecem no mesmo dia em que sete grupos rebeldes iraquianos procuraram o governo para participar dos esforços de reconciliação nacional

Por Agencia Estado
Atualização:

Dois atentados a bomba em mercados de duas cidades iraquianas logo após o anoitecer desta segunda-feira deixaram pelo menos 40 mortos e 89 feridos, informou a polícia. Os ataques, que atingiram as cidades de Hillah e Baquba, acontecem horas depois de dois legisladores iraquianos terem revelado que insurgentes árabes sunitas contactaram o governo para participar de um plano de reconciliação nacional. Pelo menos 25 pessoas - incluindo 10 crianças - morreram e 33 ficaram feridas na explosão de uma bicicleta-bomba em um mercado no bastião insurgente sunita de Baquba, 60 km a nordeste de Bagdá. A explosão ocorreu pouco depois que uma bomba foi detonada no mercado central da cidade de Hillah, matando pelo menos 15 pessoas e ferindo outras 56. Hillah, uma cidade predominantemente xiita perto da ancestral Babilônia, fica a 90 km ao sul de Bagdá. Ambos os mercados estavam repletos de pessoas quando as bombas explodiram. De acordo com relatórios da polícia, outras 22 pessoas morreram nesta segunda-feira em todo o país vítimas de assassinatos sectários, ataques com bombas ou tiroteios. Apesar da recente abertura das organizações militantes às negociações de paz - o que não inclui a Al-Qaeda no Iraque e outros grupos extremistas -, um importante comandante do exército iraquiano disse que as forças de segurança local não estarão prontas para manter a paz na província de Anbar em menos um ano. A província é a terra natal de vários grupos insurgentes. Segundo o general Jaleel Khalf, sua estimativa de um ano seria "otimista e sob as melhores circunstâncias". Para ele, o exército iraquiano precisará de 15 mil homens para tomar o controle da vasta província, que vai de Bagdá às fronteiras da Arábia Saudita, Jordânia e Síria. Atualmente, o exército iraquiano conta com 12 mil homens em Anbar. Aproximação com insurgentes Sete grupos insurgentes sunitas procuraram o governo nesta segunda-feira com o objetivo de participar dos esforços de reconciliação. Segundo o legislador curdo Mahmoud Othman, a iniciativa foi motivada pelo temor, por parte dos insurgentes, de que o país venha a ser influenciado pelo regime iraniano. O contato acontece um dia depois de o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, anunciar um plano de reconciliação nacional que oferece anistia para militantes insurgentes que não tenham matado iraquianos, não estiveram envolvidos com terrorismo e que não tenham cometido crimes contra a humanidade. Segundo o legislador do partido Dawa, Hassan al-Suneid, Maliki poderá se encontrar com os líderes dos grupos ou contactá-los através de intermediários. Suneid revelou os nomes de seis das sete organizações que procuraram o governo. São elas: as Brigadas da Revolução de 1920, o Exército de Maomé, a Heróis do Iraque, o Grupo 9 de abril, as Brigadas al-Fatah e as Brigadas do Comando Geral das Forças Armadas. Ainda de acordo com o legislador Othman, os grupos também procuraram as forças americanas para negociar. "Eles querem negociar com os americanos. Os sete grupos têm temores reais em relação a influência iraniana. Eles acham que os americanos podem até sair, mas o Irã será sempre nosso vizinho", disse Othman. Os EUA, muitos iraquianos e árabes em todo o Oriente Médio acham que o Irã - um país de maioria xiita governado por uma teocracia - pode vir a ter forte influência no Iraque, também uma nação de maioria xiita.D

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.