Duas explosões matam 24 pessoas no Paquistão

Para autoridades, Talebã é responsável; ataques ocorreram após notícia da morte de Ilyas Kashmiri

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Por BBC Brasil
Atualização:

ISLAMABAD - Pelo menos 18 pessoas foram mortas na explosão de uma bomba em Nowshera, noroeste do Paquistão, neste domingo, 5. Mais de 30 ficaram feridas quando a bomba explodiu em uma padaria da cidade causando um grande incêndio, segundo as autoridades do país. O chefe do esquadrão antibombas de Nowshera, Tanvir Ahmed, afirmou que acredita que a explosão foi causada por um ataque suicida. "Foi uma explosão enorme. Destruiu a padaria e um restaurante próximo", disse Zakaullah Khan, o mais importante oficial do governo local.

 

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As testemunhas em Nowshera, que fica a cerca de 50 quilômetros de Peshawar, afirmaram que viram corpos carbonizados no chão e pelo menos dois soldados estariam entre os mortos. Um porta-voz do Talebã, Ehsanullah Ehsan, disse à agência de notícias AFP que o grupo foi responsável pela bomba.A explosão na padaria de Nowshera ocorreu depois de um outro ataque com bomba, em uma parada de ônibus nos arredores da cidade de Peshawar, no qual seis pessoas morreram. As autoridades apontam o Talebã paquistanês como responsável pelos dois ataques. Morte de militante Os ataques ocorreram depois da divulgação de informações sobre a morte de um dos mais antigos militantes islâmicos do Paquistão, Ilyas Kashmiri, em um ataque de aeronaves não tripuladas no noroeste do país. Kashmiri era o líder do grupo "Brigada 313", que seria uma unidade da organização extremista paquistanesa Harkatul Jihan al-Islami. Ele também era tido como um alto comandante da Al-Qaeda. Segundo a correspondente da BBC em Islamabad, Orla Guerin, o militante paquistanês chegou a ser mencionado como um possível sucessor para Osama Bin Laden na Al-Qaeda. Kashmiri foi acusado pelos Estados Unidos de coordenar ataques no Paquistão, no Afeganistão e na Índia e era suspeito de planejar ataques na Europa e nos Estados Unidos. Acredita-se que ele também planejado o ataque à base militar da cidade de Karachi no último mês de maio, em que seis militantes mantiveram militares paquistaneses reféns por cerca de 15 horas e mataram ao menos 11 soldados. O governo americano chegou a oferecer uma recompensa de US$ 5 milhões (cerca de R$ 8 milhões) por informações sobre seu paradeiro.

 

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