Duas mulheres mortas por "crimes de honra" na Jordânia

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Por Agencia Estado
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Duas mulheres jordanianas foram assassinadas neste mês por seus irmãos, para preservar a honra da família, elevando para 20 o número de mulheres mortas neste ano pelo mesmo motivo, disseram funcionários da polícia jordaniana. Um palestino de 18 anos confessou ter apunhalado sua irmã 40 vezes, na segunda-feira, para "limpar a honra da família", depois de ela ter sido detida temporariamente pela polícia por suposto comportamento imoral. O irmão que vive em Baqaa, 20 km ao norte de Amã, entregou-se após o assassinato, disse o agente policial. Na semana passada, um homem passou com um caminhão por cima de sua irmã de 23 anos, a quem acusava de conduta imoral. A família havia informado o caso como morte acidental, mas a mãe da vítima disse, mais tarde, que seus filhos haviam planejado o assassinato, afirmou o agente. O relatório da autópsia do corpo da vítima também acabou contradizendo a versão de acidente - e então os irmãos confessaram o crime, acrescentou o policial, que não quis dizer o nome das famílias envolvidas nos dois assassinatos. Os assassinatos por crimes de honra são freqüentes em muitas sociedades árabes em que os homens têm a última palavra nos assuntos familiares. Cerca de 25 mulheres são mortas a cada ano na Jordânia por manter relações sexuais extraconjugais, namorar ou até mesmo após serem seqüestradas e estupradas. Funcionários jordanianos disseram que o número desse tipo de assassinato diminuiu desde que entrou em vigor uma emenda no código penal jordaniano no ano passado, que impôs a pena de morte para assassinos confessos - e não mais apenas uma sentença de seis ou mais meses de prisão.

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