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Duplo ataque terrorista deixa pelo menos 87 mortos e choca a Noruega

Por REUTERS , NYT , AFP e AP
Atualização:

Dois violentos atentados chocaram ontem a Noruega. No centro de Oslo, uma explosão - aparentemente de um carro-bomba - matou sete pessoas e destruiu parte da fachada do prédio onde trabalha o primeiro-ministro norueguês, Jens Stoltenberg. Uma hora e meia depois, a ação mais sangrenta: um atirador fuzilou pelo menos 80 pessoas em um encontro juvenil do partido do premiê na Ilha de Utoya, a 40 quilômetros da capital.Usando um fuzil automático, um homem vestido de policial abriu fogo aleatoriamente contra a multidão. Autoridades confirmaram que também encontraram explosivos espalhados pela ilha. A polícia informou que o atirador foi preso e identificado como Anders Behring Breivik.Ele é um norueguês de 32 anos, o que fez a polícia descartar a possibilidade de que o ataque tenha sido obra de um grupo extremista islâmico. Na madrugada de ontem, investigadores trabalhavam até mesmo com a hipótese de Breiviki ter agido sozinho - ele teria sido visto em Oslo antes da explosão (mais informações nesta página). Desde o início, a polícia evitou apontar responsáveis e foi cautelosa ao falar sobre terrorismo islâmico. Inicialmente, o grupo Ansar al-Jihad al-Alami, conhecido também como Colaboradores da Jihad Global, teria assumido a autoria dos ataques. Mais tarde, a organização negou a informação. Segundo Runar Kvernen, porta-voz da polícia, cerca de 600 pessoas estavam no acampamento do Partido Trabalhista. A maioria era de adolescentes com idades entre 15 e 16 anos. Muitos se lançaram no lago e tentaram nadar até a outra margem, outros fugiram dos tiros pela floresta. Testemunhas contaram à TV estatal norueguesa que viram "de 20 a 25 corpos" espalhados pela ilha. Depois de algumas horas vasculhando a área, porém, a verificaram que a tragédia havia sido maior. No início da noite, segundo autoridades, pelos menos 93 pessoas permaneciam internadas em estado grave em hospitais de Oslo.O dia mais sangrento da história da Noruega começou às 15h30 em Oslo (10h30, horário de Brasília), quando uma explosão destruiu as janelas do prédio de 17 andares onde funciona o gabinete do premiê - ele não estava no local - e deixou destroços pela calçada. As ruas da cidade estavam relativamente silenciosas e vazias, pois a maioria da população está de férias ou já havia viajado para passar o fim de semana fora da capital.O cenário no centro de Oslo transformou-se no caos: feridos deitados em poças de sangue, entulhos espalhados pelas ruas e muita fumaça subia de prédios no centro da cidade. A polícia fechou áreas próximas e pediu a jornalistas e o público que se afastassem até que fosse determinado que não havia mais bombas.O governo apressou-se em emitir um comunicado afirmando que Stoltenberg estava "a salvo e não foi ferido". "Isso é muito grave", disse o premiê à emissora norueguesa TV2 por telefone. "Apesar de estarmos preparados para esse tipo de situação, é dramático quando isso ocorre."Enquanto Stoltenberg falava, a imprensa norueguesa anunciava, uma hora e meia depois do primeiro ataque, o trágico tiroteio na Ilha Utoya, onde a juventude do Partido Trabalhista estava reunida e onde o premiê deveria discursar hoje.

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