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É hora de Europa e EUA vencerem diferenças, diz Blair

Por Agencia Estado
Atualização:

As conseqüências políticas e diplomáticas da guerra no Iraque será um dos principais pontos de discussão entre o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, e o presidente dos EUA, George W. Bush, quando eles se encontrarem em Camp David, adiantou o premier. Os líderes irão discutir não apenas os progressos na campanha militar, mas também as divisões internacionais que ela tem causado e a reconstrução e o futuro governo do Iraque, afirmou Blair, em sua entrevista coletiva mensal. A Europa e os EUA têm de começar a curar as feridas causadas nos meses que antecederam à invasão do Iraque liderada pelos americanos, disse Blair. Ele também afirmou que o presidente dos EUA concorda que as Nações Unidas têm de estar envolvidas na reconstrução e na administração do Iraque pós-guerra - e não apenas distrubuindo ajuda humanitária -, apesar de o governo Bush estar sendo vago sobre o papel que pretende atribuir às Nações Unidas após a esperada queda de Saddam Hussein. A França e a Rússia se opõem a que o Conselho de Segurança da ONU aprove uma resolução autorizando qualquer autoridade civil no Iraque pós-Saddam, argumentando que ela iria legitimar a guerra liderada pelos EUA, à qual eles resistiram. "Não existe dúvida de que o papel da ONU não seria simplesmente em relação à situação humanitária", disse Blair. "É importante que, qualquer que seja a administração que assuma no Iraque, ela tenha a autoridade da ONU por trás dela". "Talvez isso não seja algo muito discutido em público nos EUA, mas posso garantir a vocês que é nosso desejo deixar claro que a ONU... certamente estará envolvida", acrescentou. "Isso é uma posição que compartilhamos". Blair pretende encontrar-se com Bush na casa de campo presidencial de Camp David nesta quarta-feira. Na quinta-feira ele se reúne com o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, em Nova York, para depois retornar a Londres. O premier disse que a Europa e os Estados Unidos têm de tentar reparar os estragos causados por disputas sobre a guerra. "Não existe razão para esconder o fato. Isso lançou uma profunda dúvida sobre a natureza da aliança transatlântica", admitiu Blair. "Não é reponsabilidade apenas minha, mas de todos nós... encontrar uma forma de colocar as coisas novamente nos seus lugares porque, caso contrário, os conflitos no mundo serão menos suscetíveis a soluções e o perigo que o mundo enfrenta será exacerbado". Blair - que sempre propôs um maior envolvimento da Grã-Bretanha na União Européia, e laços estreitos com os EUA - viu-se no meio de uma desagradável disputa internacional nos meses que antecederam a guerra. França, Alemanha e Rússia fizeram uma intensa oposição, enquanto Blair foi o mais fervoroso aliado dos Estados Unidos. Blair afirmou pretender conversar com Bush sobre formas de melhorar as relações com o mundo árabe, particularmente tentando desarmar o conflito israelense-palestino. O premier previu dias difíceis para a ofensiva no Iraque, mas garantiu que a guerra corre, até agora, como planejado. "Haverá resistência até o fim dessa campanha", advertiu o premier. Em cinco dias de combates, considerou, "muito já foi alcançado". "Ninguém, nem mesmo as forças leais a Saddam, deveria ter qualquer dúvida de que a resistência será quebrada e que os objetivos das forças da coalizão serão alcançados", prometeu Blair. Veja o especial :

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