LONDRES - As pessoas saboreavam seus primeiros drinques em mais de três meses, iam a restaurantes e finalmente cortavam o cabelo neste sábado, 4, enquanto a Inglaterra dava seus passos mais largos até agora rumo à retomada da vida normal após o bloqueio do coronavírus.
Alguns bares começaram a atender a partir das 6h, causando preocupações de excesso de leniência com relação ao que a mídia chamou de “Super Sábado”, com restrições sendo atenuadas. Foi relatado que alguns cabeleireiros abriram ao bater da meia-noite.
“É lindo voltar e tomar uma cerveja”, disse Jim Martin, um carpinteiro de 56 anos que desfruta de uma bebida no pub The Holland Tringham, no sul de Londres, parte da rede JD Wetherspoon. O pub abriu às 8h e por volta de 11h20 já estava com cerca de 75% da capacidade preenchida.
Julie Scott, uma professora de 43 anos, estava lá com a família para beber e comer. “Acho que é onde todos se socializam e encontram pessoas que não viam... apenas nos reunirmos já é bom”, disse ela.
Outros reclamaram que o bloqueio, iniciado no final de março e gradualmente diminuído nas últimas semanas, durou muito tempo. “Já era hora de eles abrirem”, disse o aposentado Ron Lock.
Temores
Os chefes de polícia temiam que a reabertura de bares pudesse alimentar comportamentos bêbados e irresponsáveis, enquanto hospitais foram avisados para se prepararem para um fim de semana ao estilo véspera de Ano-Novo.
“Há um elemento de descompressão acontecendo, particularmente com pessoas mais jovens que tiveram pais muito responsáveis as prendendo nas últimas semanas”, disse Marc Jones, comissário de polícia e crime do condado de Lincolnshire, à rádio BBC.
O Reino Unido foi a região da Europa mais afetada pelo coronavírus, com mais de 300 mil infecções e um número oficial de mortes de 44.131.
O governo do primeiro-ministro Boris Johnson enfrentou críticas da oposição pelo tratamento à pandemia -inclusive sobre um bloqueio mais tardio do que em outras partes da Europa - e agora está ansioso para que a abalada economia se mova novamente. / REUTERS