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"É muito tarde para uma invasão?" pergunta Jerusalem Post

O jornal conservador israelense Jerusalem Post pergunta, nesta segunda-feira, se é muito tarde para uma invasão por terra do sul do Líbano.

Por Agencia Estado
Atualização:

"Com quase três semanas de guerra contra o Hezbollah as lutas de domingo continuavam como se tivessem apenas começado", diz o jornal. Segundo o editorial, as ações aéreas têm efeito limitado, e não serão suficientes para impedir novos ataques com foguetes do Hezbollah contra cidades no norte de Israel. O Jerusalem Post cita fontes militares, que teriam dito que a quarta-feira será um dia definitivo, quando dezenas de milhares de reservistas convocados vão entrar em combate. "Os militares vão recomendar uma operação por terra no sul do Líbano como um último esforço para se conseguir alguma coisa com esta campanha." "Agora na terceira semana, o Exército concluiu que a única maneira de obter a vitória que está buscando desesperadamente é lançar uma invasão muito maior. A questão agora é se já é muito tarde." Dilema O jornal Haaretz, também de Israel, critica o Exército, afirmando que ele não está provendo os Estados Unidos com conquistas suficientes para permitir que a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, negocie uma solução para a guerra. "Se as cartas militares de Israel não melhorarem com a continuação dos combates, eles vão resultar numa solução diplomática que vai deixar no mesmo lugar o arsenal de foguetes do Hezbollah no sul do Líbano", afirma o editorial. "A solução diplomática vai, necessariamente, ser um reflexo das realidades militares em campo." O jornal lembra ainda que, com as garantias israelenses à Síria de que o país não está em risco, o governo sírio poderia minar qualquer plano de enfraquecer e derrotar o Hezbollah. "Damasco vai agir por conta própria e com o Irã, sem medo", afirma o Haaretz. "Quanto mais avançar o processo diplomático, a pressão internacional vai ser exercida contra Israel, inclusive vinda dos americanos, pedindo o fim dos ataques à infra-estrutura libanesa." Massacre No Líbano, o jornal Daily Star compara o bombardeio de Qana, em que pelo menos 54 pessoas morreram, com o massacre de 1996, em que civis foram mortos em um ataque israelense. "Dez anos depois de forças israelenses terem massacrado mais de cem civis abrigados na base da ONU em Qana, a morte massiva visitou esta cidade de novo." Segundo o jornal, este foi o momento mais sangrento até agora no ataque de 19 dias de Israel contra o Líbano. Na Grã-Bretanha, o Daily Telegraph também compara os dois ataques, lembrando que, dez anos atrás, Israel foi forçado a suspender a ação militar contra o Hezbollah por causa da pressão internacional. "Será que a mesma coisa vai acontecer agora?" pergunta o Telegraph. Segundo o jornal, o pedido de Condoleezza Rice pelo "fim urgente" das hostilidades, sugerem que estão aparecendo as primeiras rachaduras no sólido apoio americano à estratégia israelense. "Os israelenses receberam o recado de que não vão ter muito mais tempo para alcançar seus objetivos militares." include $_SERVER["DOCUMENT_ROOT"]."/ext/selos/bbc.inc"; ?>

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