29 de novembro de 2010 | 00h00
WASHINGTON
Países aliados dos EUA que tiveram seus segredos revelados ontem no vazamento do WikiLeaks pressionam Washington a processar os responsáveis pela quebra do sigilo diplomático. Para o chanceler italiano, Franco Frattini, o vazamento é "o 11 de Setembro da diplomacia internacional".
A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, que havia condenado a organização por "colocar em risco vidas de americanos e aliados", voltou a acusar o WikiLeaks. John Kerry, democrata que chefia a Comissão de Relações Exteriores do Senado, foi duro nas críticas: "Isso não é um exercício acadêmico sobre liberdade de expressão (...). Esses comunicados sensíveis têm considerações sobre questões em andamento que deveriam continuar sob sigilo para que o governo consiga agir de acordo com a lei."
O embaixador dos EUA em Londres, Louis Susman, afirmou que as revelações ameaçam "tanto jornalistas, ativistas de direitos humanos e blogueiros, quanto diplomatas e soldados".
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O governo americano havia sido informado de antemão sobre quais documentos estavam em poder da organização. Segundo Washington, países envolvidos nos vazamentos foram informados antes de jornais na Europa e EUA revelarem os segredos.
ÓTICA AMERICANA
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Silvio Berlusconi
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Muamar Kadhafi
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Dimitri Medvedev
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Nicolas Sarkozy
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