É o nascimento de uma nova ameaça de extrema direita?

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Por William Maclean
Atualização:

Se os ataques na Noruega tiverem realmente sido o trabalho de um grupo militante de extrema direita, a Europa estará diante da possibilidade de ver o nascimento de uma nova ameaça paramilitar, uma década após o 11 de Setembro. Um analista chegou a qualificar os atentados de o "momento Oklahoma City da Europa", em referência ao radical de direita Timothy McVeigh, que em 1995 matou 168 em um dos ataques mais cruéis da história dos EUA. Forças policiais na Europa têm se preocupado com a crescente ameaça da extrema direita, alimentada por uma retórica anti-Islã e anti-imigração. A violência, porém, raramente havia escalado para além de ataques de gangues e uso de facas. "A próxima pergunta é "ele agiu sozinho?"", questionou Hagai Segal, especialista da Universidade New York, de Londres. A notícia surpreendeu muita gente. Um relatório de 2010 da Europol, a agência europeia de polícia, concluiu que não havia indícios de terrorismo de extrema direita no continente. Estudos apontam que a atividade ultradireitista se intensificou na Europa nos últimos anos. O movimento de extrema direita tornou-se mais profissional, organizado e ativo ao produzir propaganda na internet, principalmente de conteúdo antissemita e xenófobo. Desse modo, são capazes de disseminar sua ideologia e representar uma ameaça para os países da União Europeia.Se a primavera árabe, especialmente no Norte da África, continuar aumentando o fluxo de imigrantes para a Europa, extremistas de direita e terroristas podem ganhar um novo sentido e articular novas ações, aumentando a apreensão pública sobre a imigração de muçulmanos para o continente.É JORNALISTA DA REUTERS

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