Economia dita pauta em reunião do PC chinês

Encontro anual de quatro dias é o mais importante evento político da China

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Por Agencia Estado
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Cerca de 350 delegados de todas as partes da China deram início neste domingo ao encontro anual do Partido Comunista Chinês, que se estenderá pelos próximos quatro dias. Oficialmente, as discussões devem se concentrar em como reduzir as desigualdades econômicas e a exclusão social, agora que a renda per capita do país se aproxima dos US$ 2000 (cerca de R$ 4.400). Mas denúncias de corrupção e uma disputa inter-regional pelo poder político também devem constar do script, dizem analistas. Seguindo a tradição, os líderes se reuniram a portas fechadas. O processo de tomada de decisões na China é altamente secreto. Pouco se saberá sobre os debates nos próximos dias, até que um comunicado final seja divulgado. E, mesmo na ocasião, a maior parte da informação real terá de ser lida nas entrelinhas. Pistas Nesse ano, no entanto, as semanas antes do encontro foram dominadas por eventos políticos dramáticos - especialmente acusações de corrupção contra políticos de renome de Shanghai. Diversos políticos da cidade, ponta de lança da faceta capitalista chinesa, tiveram seus nomes manchados, incluindo um dos diretores do PC chinês, Chen Liang-yu. A importância das acusações leva a crer que o assunto será um dos temas principais do encontro anual do comitê político do partido único. Ao fim da reunião, é possível que os delegados decidam tomar ações formais contra Chen. Mas analistas dizem que a investigação também é uma mensagem de força que Pequim manda às províncias. A investigação de políticos peso-pesado, eles dizem, seria uma tentativa do poder central de impor sua autoridade às regiões, especialmente Shanghai. "Se a economia chinesa é um dragão, Shanghai é a cabeça dele", diz-se na China, país sob um regime comunista de matizes capitalistas. Alguns em Shanghai chegam a questionar se as políticas públicas devem ser aplicadas universalmente na China, tendo o país províncias tão economicamente distintas. Mas Pequim parece não gostar do desafio que sua província portuária do leste representa em termos de crescimento e de circulação de dinheiro. Queda-de-braço Outra queda-de-braço por trás das investigações de corrupção pode ser política, dizem analistas. Eles apontam que diversas autoridades presas em Shanghai têm ligações com o ex-presidente Jiang Zemin. A disputa seria então uma oportunidade para o presidente Hu Jintao fortalecer sua própria posição, algo que se espera que faça durante o encontro do PC chinês. Hu Jintao deseja reforçar a necessidade de crescimento econômico ?harmônico?, mais balanceado e controlado, e por um Estado que cuide da situação de dificuldade econômica de milhões de chineses marginalizados e excluídos da sociedade. "Os líderes políticos perceberam que o mal gerenciamento desta situação complicada levará à estagnação econômica e à instabilidade social", disse o governo chinês. A renda per capita do país superou US$ 1.000 (R$ 2.200) em 2003, e atingiu US$ 1.714 (cerca de R$ 3.750) em 2005. include $_SERVER["DOCUMENT_ROOT"]."/ext/selos/bbc.inc"; ?>

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