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Economia do Japão está em deflação

Por Agencia Estado
Atualização:

A melhora na economia do Japão está desaparecendo, com a produção industrial caindo em reação a desaceleração das exportações. Por isso, o governo japonês rebaixou sua avaliação econômica pelo segundo mês consecutivo, segundo o relatório mensal de março, divulgado na manhã desta sexta-feira, em Tóquio. O governo reconheceu oficialmente, pela primeira vez, que o Japão está num estado de deflação. Embora a economia permaneça nos trilhos para uma recuperação auto-sustentada, sinais de uma desaceleração no investimento empresarial doméstico e a economia dos EUA pioram as perspectivas, diz o relatório de março do governo japonês. "Há sinais de que a melhora na economia está desaparecendo", diz o relatório. No mês passado, o governo dizia que "o ritmo de melhora tornou-se mais moderado". Esta é a primeira vez desde os dias da crise de setembro de 1998 que o governo japonês rebaixa sua avaliação da economia em dois meses consecutivos, enfatizando a rápida deterioração nas condições, com a desaceleração do crescimento global e o colapso dos mercados de ações castigando a economia do Japão. "Há muita atividade mas, quando visto de forma objetiva, a economia não parece estar fazendo progressos", disse um funcionário do Escritório Ministerial, que prepara o relatório. A principal razão para o governo japonês ter rebaixado a avaliação geral da economia este mês foi a queda acentuada na produção industrial em janeiro, quando registrou declínio de 4,2% - a maior desde janeiro de 1995. As exportações de automóveis e de bens de alta tecnologia estão sentindo os efeitos do enfraquecimento da demanda nos EUA. "As exportações vêm caindo conforme a economia dos EUA vem desacelerando", diz o relatório. O mais preocupante, segundo o relatório, é a perspectiva para o investimento empresarial - praticamente a única área que cresce no setor privado japonês -, que está começando a encolher, diz o relatório. A esperança do governo para alcançar uma recuperação econômica auto-sustentada está fincada no contínuo fortalecimento do setor empresarial. Contudo, uma queda nas encomendas de máquinas em janeiro, deu sinal que o investimento corporativo pode começar a diminuir no final do ano. "Embora acreditemos que o investimento em capital permaneça firme, há indicações de que começará a desacelerar", revela o relatório.

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