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Economista morto desenvolvia nova legislação trabalhista

Por Agencia Estado
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Uma facção do grupo terrorista Brigadas Vermelhas afirmou nesta quinta-feira ter assassinado o economista italiano que trabalhava nas mudanças das leis trabalhistas italianas, severamente contestadas. O grupo também afirmou que o atentado de 11 de setembro é um modelo bem sucedido de terrorismo. O grupo não fez nenhuma tentativa de ligar seu nome à rede terrorista al-Qaeda, culpada pelos ataques de 11 de setembro. As autoridades italianas também não fizeram nenhuma conexão da organização com a al-Qaeda. Mas o comunicado do grupo - de 26 páginas - definiu o assassinato do economista Marco Biagi como parte de uma grande batalha contra o que chamou de "imperialismo". Os ataques de 11 de setembro mostram "como é possível perpetrar ataques altamente destrutivos no território inimigo, com efeitos desestabilizadores, sem o uso da armas tecnologicamente avançadas", diz o comunicado. O documento prossegue afirmando que a política dos Estados Unidos no Afeganistão, o conflito palestino-israelense e o Iraque apontam para "a necessidade de se formar alianças entre as forças antiimperialistas e revolucionárias na Europa, Mediterrâneo e Oriente Médio". O comunicado, assinado pelas Brigadas Vermelhas para a Construção do Partido Comunista Combativo, reivindicou a responsabilidade pelo assassinato de Biagi, e pela morte, em 1999, de outro economista italiano que também trabalhava para a reforma das leis trabalhistas. Biagi foi assassinado a tiros na terça-feira à noite, em frente à sua casa em Bologna, por dois homens que estavam a bordo de uma motocicleta. No dia seguinte, as autoridades italianas culparam as Brigadas Vermelhas. Professor universitário de 52 anos, Biagi defendia o afrouxamento da legislação trabalhista italiana, uma das mais rígidas da Europa. Moderado, ele havia assessorado a centro-esquerda quando ela estava no poder e mais tarde, o governo conservador, que subiu ao poder no ano passado. "Um núcleo armado da nossa organização executou Marco Biagi" começa o comunicado, dizendo que ele foi alvejado porque seu trabalho tornava-o parte de um governo que "representa os interesses do imperialismo burguês". O assassinato chocou a Itália, que foi duramente golpeada pelo terrorismo doméstico nos anos 70 e 80. Dezenas de milhares de pessoas foram às ruas na quarta-feira (20), para protestar contra a violência política. O papa criticou o assassinato e enviou condolências para a família de Biagi, nesta quinta-feira.

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