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Editora se recusa a vender livro para universidade de Israel

Por Agencia Estado
Atualização:

A editora britânica que demitiu dois professores israelenses do conselho de jornais acadêmicos e também recusou-se a vender um livro para uma universidade de Israel explica que está protestando contra as ações do Estado judeu nos territórios palestinos. A Editora St. Jerome, em Manchester, recusou um pedido da Universidade Bar-Illan, cuja biblioteca queria comprar The Map, um guia de tradução para iniciantes. "Não temos qualquer problema em suprir livros para cidadãos israelenses", disse Ken Baker, líder da pequena companhia. "Mas trata-se de uma instituição que é parte do governo israelense, sustentada pelo governo israelense... Decidimos que não teremos qualquer relação com instituições israelenses ou pessoas representando instituições israelenses". "O que podemos fazer?" reagiu Mina Teicher, uma vice-presidente da universidade. "Não faremos pedidos a eles... Outras universidades não farão pedidos a eles, todos estão realmente incomodados". Em julho, a mulher de Baker, Mona, despediu Miriam Schlesinger, uma palestrante de estudos de traduções em Bar-Ilan, e o professor Gideon Toury, da Universidade de Tel Aviv, do conselho de dois jornais publicados pela St. Jerome. A companhia é especializada em livros e jornais sobre tradução. Mona Baker assinou um abaixo assinado na Internet pedindo a acadêmicos que cortem contatos com universidades israelenses. Os partidários do boicote, que incluem centenas de acadêmicos europeus, afirmam estar colocando pressão política sobre o governo de Israel. Israelenses denunciam o boicote como discriminatório e não-construtivo, e grupos judeus, como a Liga Antidifamação e o Centro Simon Wiesenthal, condenaram-no. "Faz soar um sino preto muito mal, de épocas muito escuras", disse Teicher. "É o início de idades das trevas... Não quero falar sobre o objetivo (do boicote), mas certamente não há vínculo entre o que estão fazendo e o objetivo". Ken Baker afirmou ter enviado recentemente uma cópia gratuita de The Map para um amigo em Israel e disse que não estava conseguindo entregar livros para a Universidade Al Quds, palestina, na Cisjordânia. Ele disse esperar que a recusa de sua companhia em vender livros para a Bar-Illan chame a atenção para "as ações do governo israelense contra o povo palestino... Queremos criar uma conscientização sobre o que realmente está ocorrendo nos territórios".

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