Egípcios seguem no centro do Cairo mesmo com presença do Exército

Centenas de pessoas permanecem nos arredores da praça Tahrir; tanques fazem segurança da sede do governante Partido Nacional Democrático

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Por Efe
Atualização:

CAIRO - Centenas de egípcios continuam no centro do Cairo, especialmente na praça Tahrir, tomada pelo Exército depois dos violentos distúrbios desta sexta-feira, 28, que levaram o presidente Hosni Mubarak a decretar toque de recolher e anunciar a demissão de ministros.

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Em um percurso realizado pelo centro da capital egípcia, foi possível constatar que o ambiente era tranquilo no começo da manhã deste sábado, 29, e que o Exército estava distribuído por pontos-chave da cidade. Já a presença da Polícia não era notada.Os tanques das Forças Armadas continuavam na praça Tahrir, nos arredores do Museu Egípcio, e mantinham interrompida a avenida paralela ao Nilo à altura da sede do governante Partido Nacional Democrático, onde continuava o incêndio que teve início na noite de sexta-feira.O Exército também mantinha uma forte vigilância no edifício da emissora de televisão pública egípcia, que manifestantes tentaram invadir sem sucesso na sexta-feira.Na praça Tahrir (Libertação, em árabe), epicentro dos protestos dos últimos dias, centenas de pessoas, em sua maioria homens jovens, seguiam presentes após uma noite acordadas e dialogavam com os soldados.Na noite de sexta, depois que Mubarak ordenou que o Exército apoiasse a Polícia para garantir a segurança, os militares foram aclamados pelos milhares de egípcios que continuavam na rua apesar do toque de recolher.O centro do Cairo amanheceu neste sábado com claros sinais dos distúrbios da véspera, que terminaram, apenas na capital, com o saldo de 20 mortos.Na praça Abdel Menem Riad, onde na sexta-feira morreram quatro pessoas, dois micro-ônibus e uma caminhonete da Polícia estavam carbonizados.Também nos arredores do Museu Egípcio, que conserva as relíquias arqueológicas mais importantes do país, e na avenida Ramsés, pelo menos meia dúzia de veículos, um tanque e uma viatura policial estavam queimados.Outras zonas da cidade também mostravam sinais da violência, dos saques e dos incêndios da noite de ontem, como a avenida Al Haram, que leva às pirâmides de Giza e que amanheceu cercada por militares e grupos de jovens.Entre os estabelecimentos saqueados estão os cassinos Al Lail e El Andalus e o hotel Europa, enquanto uma delegacia restaurada recentemente havia sido incendiada.Além disso, centenas de pessoas aguardavam pelos meios de transporte público diante da falta de ônibus.

Na praça de Giza, a principal dessa região, podia ser vista uma fila de oito caminhões das forças antidistúrbio incendiados.Por outra parte, pelo segundo dia seguido continuava bloqueado o acesso à internet dos principais provedores, enquanto a telefonia celular está fora de serviço.Este bloqueio, que evitou que o povo saísse às ruas ainda em maior número, foi adotado na sexta-feira, antes dos maciços protestos políticos contra o regime de Mubarak.O presidente egípcio anunciou na madrugada deste sábado que designará um novo Governo, a única solução política que propôs para superar a crise.

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