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Egípcios voltas às ruas para pedir saída de presidente

Atualização:

Os egípcios voltaram às ruas nesta terça-feira para pedir a renúncia do presidente Mohammed Morsi, ligado à Irmandade Muçulmana, um dia antes do prazo dado pelas Forças Armadas para que governo e oposição cheguem a um acordo. Morsi também enfrenta problemas no internos, com a renúncia de três porta-vozes nesta terça-feira, após a saída de seis ministros no dia anterior, o que mostra o crescente isolamento do governo, eleito após as mobilizações da Primavera Árabe, em 2011. O gabinete, liderado pelo primeiro-ministro Hesham Qandil, deveria se reunir ainda nesta terça-feira, mas a expectativa é que os ministros da Defesa e do Interior não participem do encontro, numa demonstração de apoio ao ultimato militar. A polícia, que está subordinada ao Ministério do Interior, tem ficado à margem dos protestos, recusando-se a proteger os escritórios da Irmandade Muçulmana, que têm sido atacados e saqueados. Antes da reunião de gabinete, Morsi encontrou-se com o ministro da Defesa Abdel-Fattah el-Sissi e com Qandil, mas não foram divulgados detalhes da reunião, cuja realização foi divulgada por Ayman Ali, funcionário da presidência. Pelo menos 16 pessoas foram mortas em confrontos entre opositores e partidários de Morsi desde domingo. O Tamarod (rebelde), movimento que organizou os protestos, deu ao presidente até as 17h desta terça-feira (12h em Brasília) para deixar o cargo, caso contrário haverá manifestações ainda maiores e possivelmente "total desobediência civil". Numa medida altamente simbólica, várias pessoas acampavam na praça Tahrir, berço do levante de 2011 que derrubou o ditador Hosni Mubarak. Grupos também se reuniram do lado de fora do palácio presidencial Ittahdiya, localizado no subúrbio de Heliópolis. Mas partidários do presidente também se reúnem pela cidade, prometendo resistir a qualquer tentativa de anular sua eleição, ocorrida no ano passado, e a ascensão das vozes islamitas em assuntos políticos, que foram duramente caladas durante o governo de Mubarak. Canadá fecha embaixadaO governo do Canadá fechou sua embaixada no Cairo e está profundamente preocupado com os relatos de violência no Egito. Rick Roth, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores canadense, disse nesta terça-feira que as perigosas divisões no Egito ameaçam a estabilidade e prejudicam perspectivas de longo prazo. Roth disse que seu país pede que todos os lados mantenham a calma e participem do processo político. O anúncio foi feito primeiramente no Twitter e confirmada por Roth à Associated Press. Fontes: Associated Press e Dow Jones Newswires.

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