
15 de janeiro de 2014 | 17h21
CAIRO - O Egito encerrou nesta quarta-feira (15) o segundo e último dia de votação do referendo sobre o texto de uma nova Constituição no país. Se aprovada, a Carta pode pavimentar o caminho para a candidatura do general Abdel Fattah Al-Sisi nas eleições presidenciais.
Embora a votação tenha transcorrido mais tranquilamente do que na terça-feira, quando nove pessoas foram mortas, a polícia informou ter prendido ao menos 79 pessoas durante protestos de partidários do presidente Mohamed Morsi, retirado do poder em golpe liderado pelo general Sisi, em julho.
Veja imagens dos dois dias de votação
A polícia e o Exército protegeram as mais de 30 mil zonas eleitorais do Egito para garantir a segurança dos cidadãos, entre temores de novos episódios de violência.
Mais de 52 milhões de egípcios foram convocados para votar pela aprovação ou não da Carta Magna, que substitui a redigida pelos islamitas em 2012 e que foi suspensa pelos militares em julho do ano passado após a destituição do presidente.
A consulta adquiriu um tom de plebiscito em relação ao roteiro para o período de transição traçado pelos militares e por Sisi, chefe do Exército.
Segundo constatou a Agência Efe em diversas zonas eleitorais do Cairo durante a primeira jornada, é mais provável o triunfo arrasador do "sim" em função da campanha fraca pelo "não" e o boicote dos opositores.
A nova Constituição rebaixa o tom islamita do texto anterior e reforça o papel do exército, que poderá designar o ministro da Defesa durante os próximos oito anos.
Como consequência dos enfrentamentos entre os manifestantes e a polícia, quatro pessoas morreram ontem na cidade de Sohag, quatro na província de Guiza e uma na cidade de Beni Suef.
Além disso, uma bomba explodiu próximo a um tribunal no bairro cairota de Imbaba e foi registrado um ataque contra uma zona eleitoral na cidade de Kerdasa, no sul da capital. /REUTERS e EFE
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