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Egito enfrenta 2º dia de violência

Uma semana antes de eleições parlamentares, manifestantes voltam a ocupar a Praça Tahrir e pedem que militares entreguem poder a civis.

Por BBC Brasil
Atualização:

Manifestantes egípcios voltaram a ocupar a praça Tahrir, no centro do Cairo, após violentos confrontos com a polícia em diversas partes do país. Centenas de pessoas passaram a noite na praça e continuam no local, apesar das tentativas das autoridades de reprimir o protesto com gás lacrimogêneo. Alguns jornais egípcios estão descrevendo a onda de manifestações como "a segunda revolução". A uma semana das primeiras eleições parlamentares desde a queda do presidente Hosni Mubarak, os manifestantes protestam contra um rascunho de constituição que, que segundo eles, permitiria que os militares mantivessem muito poder após a eleição de um governo civil. Eles exigem que o líder do governo militar do Egito, marechal Hussein Tantawi, renuncie e seja substituído por um conselho civil. Morte A violência no Cairo começou no sábado, quando a polícia tentou retirar manifestantes da praça após protestos na sexta-feira. Dois manifestantes foram mortos: um atingido por um tiro no Cairo e outro, por uma bala de borracha em Alexandria. Cerca de 750 pessoas ficaram feridas, 40 delas das forças de segurança, segundo a TV estatal egípcia. Manifestantes na capital incendiaram um prédio do governo e um carro da polícia e lançaram bombas caseiras e pedras contra os policiais. Na praça Tahrir, a violência continuou até a noite, quando os policiais se retiraram para ruas nos arredores. Os confrontos recomeçaram neste domingo, quando as forças de segurança tentaram conter manifestantes que se dirigiam para o prédio do Ministério do Interior, nas imediações da praça. Acampamento Um acampamento improvisado foi montado na praça, exatamente como o que apareceu em fevereiro, durante os protestos que tiraram Mubarak do poder. Um hospital temporário foi montado para cuidar dos feridos. Um médico voluntário disse à BBC que várias pessoas têm ferimentos com balas de borracha, principalmente nos olhos. Uma declaração do gabinete do primeiro-ministro Essam Sharaf pediu que os manifestantes deixem a praça. "O que está ocorrendo em Tahrir é muito perigoso e ameaça o curso da nação e da revolução." No início de novembro, os militares divulgaram um documento com as bases da nova constituição. Segundo o projeto, os militares e seu orçamento ficaram não ficariam sujeitos a uma supervisão civil. Isso irritou os manifestantes, em sua maioria islamistas e jovens ativistas, que temem que as conquistas feitas durante o levante popular sejam apagadas com os militares mantendo poder. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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