
27 de maio de 2014 | 13h55
CAIRO - A Comissão Suprema Eleitoral do Egito decidiu nesta terça-feira, 27, estender por mais um dia (até esta quarta) a eleição presidencial, em razão do baixo número de eleitores registrado.
O integrante da comissão eleitoral Abdelwahab Abdelrazeq garantiu à agência estatal de notícias Mena que a decisão foi tomada para possibilitar que um maior número de egípcios exerça seu direito ao voto.
Corrupção e ascensão do extremismo
A participação no primeiro dia de votação não superou 15%, segundo a equipe de campanha do candidato Hamdin Sabahi. Nesta terça, a participação dos eleitores foi ainda menor. A votação seria encerrada hoje.
"Ninguém se interessa em votar se está certo que (o ex-chefe do exército Abdel Fatah) al-Sissi vai ganhar o pleito", afirmou Sabahi Rabab Zinedin, integrante da campanha, para explicar o motivo da baixa participação popular. "Por trás da baixa participação está a lição aprendida pelos egípcios de que sempre se levantarão contra o retorno da política do antigo regime", acrescentou Sabahi.
Segundo Sabahi, uma série de violações continua ocorrendo no país, como a propaganda eleitoral dentro de locais de votação e o envolvimento de alguns empresários a favor de Sissi filiados ao dissolvido Partido Nacional Democrático, do ex-ditador Hosni Mubarak.
Autoridades estenderam a votação desta terça por mais uma hora, até as 22 horas (16h no horário de Brasília), e decretaram feriado em todo o país para incentivar à população a votar.
Segurança. O primeiro-ministro egípcio, Ibrahim Mahlab, afirmou que o segundo dia da eleição está acontecendo em um ambiente de "segurança e proteção" e o governo está tentando dotar o pleito de "total transparência e imparcialidade".
Mahlab advertiu que as pessoas que não votarem receberão uma multa, conforme estipulado pela lei, que prevê a obrigatoriedade do voto. / EFE
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