CAIRO - O presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sissi, disse nesta terça-feira, 24, que não interferirá na decisão judicial que condenou três jornalistas da TV Al-Jazeera à prisão. A sentença, dada na segunda-feira, causou indignação internacional.
"Não vamos interferir em decisões judiciais", disse Sissi em um discurso televisionado durante cerimônia militar no Cairo. "Devemos respeitar as decisões judiciais e não criticá-las, mesmo se os outros não compreendem isso."
Os jornalistas — um australiano, um canadense e um egípcio — foram condenados a sete anos de prisão por ajudarem uma "organização terrorista", em referência à proibida organização Irmandade Muçulmana.
As sentenças foram criticadas por grupos de direitos humanos e governos ocidentais. O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, as classificou como "draconianas" e a Organização das Nações Unidas (ONU) alertou para "o risco de que a má execução da Justiça esteja se tornando a norma no Egito".
O Ministério de Relações Exteriores egípcio disse, por meio de um comunicado, que "rejeita qualquer comentário estrangeiro que levante dúvidas sobre a independência do Judiciário e a justiça dos veredictos".
Sissi foi eleito no mês passado, menos de um ano depois de derrubar do poder o presidente Mohamed Morsi, membro da Irmandade, após amplos protestos contra o governo. A Irmandade, que alega ser uma organização pacífica, foi banida e declarada um grupo terrorista. / REUTERS