Egito ordena detenção de Morsi por suposta ação com o Hamas

Presidente deposto deve ser interrogado sobre ataques conduzidos pelo grupo em 2011

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

CAIRO - O presidente deposto do Egito, Mohamed Morsi, deverá ficar sob custódia por 15 dias, sob acusações do assassinato de soldados e conspiração com o grupo palestino Hamas, disse a agência de notícias estatal Mena nesta sexta-feira, 26.

PUBLICIDADE

Morsi foi acusado formalmente de espionagem e teve a prisão ordenada por um tribunal de justiça do país. A informação foi dada horas antes de milhões de egípcios irem às ruas em gigantescas manifestações favoráveis e contrárias a Morsi, o primeiro presidente livremente eleito do país, deposto após um golpe de Estado em 3 de julho.

A notícia desta sexta-feira fornece bases legais para a manutenção da prisão do presidente deposto, que está detido pelos militares desde o golpe. As acusações se referem a "colaboração (de Morsi) com o Hamas para tomar atos agressivos no país, atacar instalações da polícia, oficiais e soldados" em 2011 e à fuga dele, junto a outros líderes da Irmandade Muçulmana, de uma prisão no norte do Cairo.

Segundo a agência estatal, o juiz Hassan Samir, que investiga o caso, confrontou Morsi com evidências durante seu interrogatório. Não foi informado nem onde nem quando ele foi interrogado.

Um porta-voz da Irmandade Muçulmana descreveu as acusações como "ridículas". Para Gehad El-Haddad, a deposição marca o retorno do antigo regime.

Resposta. O porta-voz do Hamas Sami Abu Zuhri disse que o inquérito marca um "desdobramento grave", acrescentando que o novo governo egípcio "vê a causa palestina como hostil". "Desafiamos os atuais governantes do Egito a trazer uma única prova de sua alegação de que o Hamas interferiu em assuntos internos do Egito", disse ele à Reuters./ REUTERS e AP

Assista ao vídeo dos protestos pró e contra Morsi no Cairo:

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.